Paralisação

Funcionários dos Correios decretam greve por tempo indeterminado

Paralisação acontece na maioria dos estados do Brasil

Antonio Virginio Neto
Antonio Virginio Neto
Publicado em 11/09/2019 às 10:07
Marcelo Camargo/Agência Brasil
FOTO: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Os funcionários da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos entraram em greve geral a partir dessa terça-feira (10). Segundo sindicatos da categoria, a paralisação foi decretada por tempo indeterminado.

Segundo os trabalhadores, a movimentação acontece contra a redução de salários e de benefícios, além de se manifestar em desfavor de uma possível privatização da estatal. A greve foi aprovada por duas federações e 36 sindicatos que representam a categoria em todo o Brasil.

Em nota divulgada em sua página na internet, a federação informou que a greve foi decretada em São Paulo, Rio de Janeiro, Tocantins, Pernambuco, Maranhão e na maioria dos estados do Brasil. Em Caruaru, no Agreste de Pernambuco, a adesão inicial foi de 90% no setor de cargas e 40% no setor de encomendas.

De acordo com o diretor do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios, Jim Kelly, a movimentação acontece contra a retirada de direitos. Em entrevista à Rádio Jornal Caruaru, ele explicou as reinvidicações da categoria. "Esse ano nós tivemos um fato inusitado. Todos os anos negociamos com a empresa nossa campanha salarial. Só que esse ano a empresa veio com uma campanha de retirada de direitos históricos como ticket da categoria, hora extra e adicional noturno, além aumento de cooparticipação plano de saúde", explicou. Segundo Jim Kelly, o movimento do governo federal acontece visando a privatização do órgão.

Ainda de acordo com os funcionários da empresa, o reajuste salarial proposto foi de 0,8%, além da retirada de pais e mães do plano de saúde. Os Trabalhadores pedem também melhores condições de trabalho. Segundo eles, o órgão está sucateado.

Para Jim Kelly, os Correios não precisam de dinheiro público para funcionar. "A empresa dos Correios nunca precisou de um centavo de dinheiro público. A empresa sempre se manteve e sempre teve dinheiro para se manter e poderia utilizar esse dinheiro para se manter", explica. De acordo com ele, o faturamento anual dos Correios gira em torno de R$ 20 Bilhões por ano. Em 2018, ainda segundo Jim Kelly, o faturamento foi de R$ 9 Bilhões.

Órgão deve ser privatizado

Um pacote de privatização com 17 empresas públicas está sendo analisado pelo governo federal. Entre as estatais anunciadas, está a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos.

Guedes afirmou em um evento realizado na cidade de São Paulo em Agosto que as privatizações devem acontecer aos poucos. "As coisas estão acontecendo devagarzinho, vai uma BR Distribuidora aqui, daqui a pouco vem uma Eletrobras, uma Telebras, daqui a pouco vem também os Correios, está tudo na lista", comentou.

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