Política

"O ponto é que eu jamais apoiei ou fiz empenho pelo golpe", diz Temer

Em entrevista ao programa "Roda Viva", Ex-presidente ainda falou sobre as eleições 2018

Antonio Virginio Neto
Antonio Virginio Neto
Publicado em 17/09/2019 às 9:17
Reprodução/TV Cultura
FOTO: Reprodução/TV Cultura

O ex-presidente da República Michel Temer (MDB) negou em entrevista ao Roda Viva, da TV Cultura, supostos empenhos para dar um golpe de estado durante o processo que levou ao afastamento e impeachment da ex-presidente Dilma Roussef (PT).

"Eu jamais apoiei ou fiz empenho pelo golpe", comentou Temer. "Aliás, muito recentemente, o Jornal Folha detectou um telefonema que o ex-presidente Lula me deu para trazer o PMDB para impedir o impedimento [de Dilma] e eu tentei mas a essa altura eu confesso que a movimentação popular era tão grande, tão intensa que os partidos políticos já estavam vocacionados para o impedimento", comentou.

Na ocasião, Temer ainda citou o seu documento, na época conhecido como "Ponte para o futuro", visto como uma espécie de programa de governo à época, como um manifesto em apoio ao governo Dilma. "Vimos que o governo não ia bem e apresentamos como apoio ao governo [...] E a nossa ex-presidente achou que aquilo era um gesto de oposição e se afastou", explicou.

Michel Temer também disse acreditar que, caso o ex-presidente Lula fosse nomeado ministro da Casa Civil de Dilma em 2015, o impeachment poderia não ter acontecido. "Ele [Lula] tinha bom contato com o congresso", revelou Temer.

Durante a entrevista, o ex-presidente também analisou o cenário político do Brasil e falou sobre a chegada do Presidente Jair Messias Bolsonaro ao poder.

Ao ser questionado sobre o seu apoio nas eleições de 2018, Temer disse que votou em quem não falou mal do seu governo. O ex-presidente disse ainda que aproveitou-se da própria impopularidade para governar. "Logo que eu assumi eu já era meio impopular. Porque 40% era petista ou partido coligado, os outros 40% se irritaram comigo porque eu havia sido vice da Dilma e sobraram 20% para eu trabalhar. E essa minha impopularidade me ajudou a fazer o que eu fiz. Se eu fosse extremamente popular não conseguiria aprovar um teto de gastos públicos", explicou.

Declaração repercutiu

A declaração do ex-presidente repercutiu nas redes sociais. Aliados da ex-presidente Dilma, que referem-se ao impechment como golpe deram declarações no twitter a respeito do caso. Segundo os internautas, o fato de que o Temer utiliza o termo é sinal de que ele admite a culpa no caso.

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