Política

Diretor de órgão que avalia Normandia em Caruaru é demitido

João Carlos Jesus Côrrea era presidente do Incra

Marilia Pessoa Marilia Pessoa
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Marilia Pessoa
Publicado em 01/10/2019 às 11:44
Roque Sá/Agência Senado
FOTO: Roque Sá/Agência Senado

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) demitiu o general João Carlos Jesus Côrrea da presidência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). A decisão foi discutida nessa segunda-feira (30) em uma reunião no Palácio do Planalto, com a presença da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, e o secretário de Assuntos Fundiários, Luiz Antônio Nabhan Garcia.

No começo do mês passado, o Incra havia requerido a reintegração de posse de uma área de 15 hectares, em Caruaru, no agreste pernambucano, onde funciona o Centro de Formação Paulo Freire, espaço de formação teórica e prática em agroecologia que fica localizado no Assentamento Normandia.

O general Rêgo Barros, porta-voz da presidência, afirma que foi Tereza quem tomou a decisão de trocar o chefe do Instituto. A ministra não confirma.

Nesta terça-feira (1º), a ministra e Nabhan formalizarão a saída de João Carlos Côrrea e outros funcionários do primeiro escalão do Incra.

Bolsonaro afirma que o general é uma "pessoa boa" e o compara com um "excelente jogador de basquete", mas que está "jogando vôlei".

Os moradores do assentamento Normandia têm realizado os trabalhos normalmente no Centro de formação Paulo Freire mesmo sob ordem judicial que demanda a reintegração de posse do local. Segundo informações do Movimento Sem Terra (MST), o grupo tem até o dia 10 de outubro para desocupar o local.

Ainda de acordo com o MST, uma ação que busca embargar a ordem de despejo foi realizada pelo grupo, que aguarda um retorno da justiça até o fim desta semana.

Segundo o juiz da 24ª Federal de Caruaru, caso não seja feita uma desocupação espontânea, o uso da força policial pode ser solicitada. A ação judicial foi protocolada pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em 2008. O instituto alegou que a área para o uso coletivo foi modificada sem autorização.

O centro funciona em 70 hectares de terra às margens da BR 104. O assentamento abriga 41 famílias, tem alojamento para 240 pessoas, refeitório, auditório, quadra esportiva e a casa grande.