Revolta

Cemitérios lotados em cidade do interior de Pernambuco causam revolta

Segundo o administrador de um dos cemitérios, quem não tem túmulo só pode ser enterrado em gavetas públicas

Levi Xavier
Levi Xavier
Publicado em 17/10/2019 às 9:00
Reprodução/O Povo na TV/TV Jornal Interior
FOTO: Reprodução/O Povo na TV/TV Jornal Interior

Sepultar os entes queridos nos cemitérios da cidade de Poção, no agreste de Pernambuco, tem se tornado algo constrangedor pela falta de espaço. A cidade conta com quatro cemitérios, mas todos estão lotados.

No início de outubro, um jovem morreu vítima de acidente de trânsito, mas não pôde ser enterrado no cemitério da cidade onde nasceu. Segundo a mãe dele, Maria Madalena, o que mais dói é o desprezo por parte do poder público. "Somos filhos naturais e queremos sepultar nossos familiares aqui", disse.

O corpo do filho de Madalena foi enterrado no cemitério do Sítio Lagoa Seca, na zona rural da cidade, que também já está lotado.

Recentemente foram criadas gavetas para sepultar indigentes, mas estão desocupadas. Na cidade, cerca de 70 pessoas morrem por ano.

De acordo com o administrador do cemitério Campo Santo, Jailson José, só é possível enterrar alguém na cidade se um familiar já tiver um túmulo. "Só temos gavetas públicas e, infelizmente é o que têm disponível no momento", frisou.

"O problema dos cemitérios, como muitos já sabem, já vem se prolongando por várias gestões. Desde que assumimos no ano de 2017 tentamos solucionar, mas sem retorno viável, devido aos donos dos terrenos vizinhos aos cemitérios almejarem valores altíssimos nos terrenos, por se tratar de uma venda para a prefeitura. O mesmo acontece com os demais cemitérios da zona rural do nosso município", revelou o prefeito de Poção, Merson Vasconcelos.

Ainda de acordo com o gestor, há um projeto de ampliação que irá comportar 200 túmulos. Segundo ele, esta obra, que começará em janeiro, irá suprir as necessidades por até três anos. Merson Vasconcelos ressalta ainda que os sepultamentos estão acontecendo normalmente na cidade e poucas pessoas não têm onde enterrar os parentes.

Confira na reportagem do "O Povo na TV" da TV Jornal interior