Mudança

Ambulantes divergem sobre locais do Comércio na Praça, em Caruaru

Primeiro dia do projeto foi nesta sexta-feira (1º)

Ana Maria Santiago de Miranda
Ana Maria Santiago de Miranda
Publicado em 01/11/2019 às 17:45
Reprodução/TV Jornal Interior
FOTO: Reprodução/TV Jornal Interior

O primeiro dia do projeto Comércio na Praça começou nesta sexta-feira (1º) no centro de Caruaru, no Agreste de Pernambuco. O projeto, que realocou ambulantes para espaços nos Guararapes, Praça Leocárdio Porto e ao lado da Igreja da Conceição tem causado polêmica e divergências entre a categoria. Muitos deles acreditam que perderão em movimentação e vendas com a saída das principais ruas do centro da cidade. Eles chegaram a pedir à gestão a extensão do prazo da mudança até o fim do ano, o que não ocorreu.

Há quatro anos, a ambulante Alessandra Maria perdeu o emprego formal e decidiu se tornar vendedora de lanches. Antes da mudança, ela atuava na rua Sete de Setembro e chegou cedo no novo espaço no Largo dos Guararapes. "Cheguei entre 6h15 e 6h30. Estou positiva, tem que dar certo, se Deus quiser vai dar certo", afirmou. "Só estou achando ruim o sol, mas eu creio que a prefeita vai ajudar a gente nessa questão", opinou a ambulante Maria do Socorro.

Outros ambulantes ficaram receosos de começar a ocupar os novos espaços e foram até o local observar a movimentação e a atividade dos colegas. Foi o caso de José Carlos, que trabalhava há mais de 20 anos na Rua Quinze de Novembro. "Infelizmente hoje está aí como todos nós estamos vendo. A maioria dos ambulantes colocaram poucas mercadorias para comercializar. Agora vender a quem?", questionou.

Após solicitação dos trabalhadores, a prefeitura realizou algumas modificações na estrutura dos Guararapes. Foi colocada a cobertura lateral e os espaços entre os banco aumentaram. Os ambulantes não precisam levar bancos nem carroças e devem utilizar o fardamento distribuído pela gestão.

Um problema ainda não solucionado é, segundo os ambulantes, a falta de um espaço para guardar as carroças nas quais os vendedores transportam as mercadorias, de casa até os pontos de venda. "Tem que deixar ela em um local, colocar um cadeado e na volta colocar a mercadoria para voltar para casa", explicou o ambulante Ednaldo Teófilo. Instalada na Praça Leocárdio Porto, a ambulante Rosana Marques está esperançosa com o novo local: "Vai ser melhor quando as vendas aumentarem. Deus vai abençoar".

A prefeitura estima que o custo por espaço deve ser de até R$ 8 mil por mês para fazer a manutenção do equipamento. O valor inclui limpeza, segurança e equipamentos. "A Secretaria de Serviços Públicos vai atuar nos espaços das Guararapes e Leocárdio Porto com a gestão do espaço. Então todo esse cuidado de manutenção, da operação dos banheiros, a limpeza do espaço, para que a gente possa receber da melhor forma tanto quem compra como quem vende", afirmou o secretário da pasta, Ytalo Farias.