Abandono

Prédio que seria UPA de Gravatá é utilizado por moradores de rua e criminosos

Atualmente, obra está parada e com sinais de abandono

Ana Maria Santiago de Miranda
Ana Maria Santiago de Miranda
Publicado em 19/11/2019 às 8:39
Reprodução/TV Jornal Interior
FOTO: Reprodução/TV Jornal Interior

O imóvel em que estava sendo construída a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Gravatá, no Agreste de Pernambuco, está sendo utilizado por moradores de rua e criminosos, de acordo com pessoas que moram na região. A unidade começou a ser construída no bairro Cruzeiro, mas atualmente a obra está parada e com sinais de abandono. Lixo e mato ao redor do imóvel comprovam isto.

"Esse prédio só está servindo para os bandidos, para fazer motel aí dentro. Não está servindo de nada à comunidade", lamentou o aposentado José Trajano Sobrinho. A falta de unidades de saúde na cidade só traz prejuízos para ele. José Trajano chegou a procurar o hospital municipal, mas foi direcionado para fazer exames em Caruaru. Lá, gastou mais de R$ 600 com o exame e o deslocamento. Tudo isto recebendo um salário mínimo.

O servidor público Marcelo de Brito também reclama dos transtornos que o abandono da obra vem causando. "Tem a questão da segurança, tem a questão de que fica onerando mais ainda a polícia para estar vindo fazer blitz aqui quando poderia estar vendo outros casos. O local se transformou no abandono do poder público", disse.

Readequação de projeto

A obra está orçada em R$ 1,4 milhão. De acordo com o prefeito do município, Joaquim Neto, o projeto precisou ser readaptado e em vez de UPA, será um centro de especialidades, de acordo com a necessidade da população local. "O projeto da readequação está pronto, estamos aguardando apenas o Ministério da Saúde aprovar para que a gente faça a obra e atenda a população", garantiu.

Por meio de nota, o Ministério da Saúde informou que recebeu a solicitação de readequação da UPA 24h, do município de Gravatá, em março deste ano, com o objetivo de utilizá-la como um Centro de Especialidades Multidisciplinares (Policlínica). Segundo o ministério, a solicitação está em análise, especialmente por conta de pendências jurídicas relacionadas a recomendações de órgão de controle pela existência de saldo relativo a recursos repassados pelo Fundo Nacional de Saúde, que não foram utilizados na construção da UPA.