Saúde

Família acusa UPA de Belo Jardim de negligência após morte de homem

Marcos Soares de Siqueira, 42 anos, passou mal enquanto fazia exercícios e morreu

Ana Maria Santiago de Miranda
Ana Maria Santiago de Miranda
Publicado em 18/02/2020 às 15:37
Reprodução/TV Jornal Interior
FOTO: Reprodução/TV Jornal Interior

A família de Marcos Soares de Siqueira, 42 anos, acusa a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Belo Jardim, no Agreste de Pernambuco, de negligência após a morte dele. O homem estava caminhando no Parque do Bambu quando começou a sentir dores no peito. Ele descansou e continuou fazendo exercícios, mas a dor voltou e ele foi para o hospital, no dia 11 de fevereiro. Porém, Marcos não resistiu e morreu. A suspeita é de que ele tenha sofrido um infarto. 

A viúva, Rosângela Alves Mendes, contou que o marido não tinha problemas de saúde e não tomava remédios. A família acredita que tenha havido negligência por parte do hospital. Segundo eles, enquanto Marcos era atendido na UPA, funcionários assistiam vídeos no celular na sala verde.

"Eles aplicaram duas injeções, na verdade foi uma seringa na boca e outra no bumbum. Ele [Marcos] perguntou o nome da injeção, eles disseram que era para o que ele estava sentindo e não disseram o nome", relembrou Rosângela.

A irmã da vítima, Maria de Lourdes Siqueira, acredita que o remédio administrado foi incorreto. "Eu disse: 'mataram meu irmão com fenergan, porque quem está infartando não pode aplicar fenergan porque contém corticoide. O coração dele já estava acelerado", disse.

De acordo com o diretor médico do hospital, Pedro Marinho, o atendimento foi prestado corretamente. "Eu tive acesso ao prontuário médico e observei que todos os procedimentos foram feitos corretamente pela médica que prestou o atendimento. Eu gostaria de deixar claro que eu não tive acesso à declaração de óbito para realmente constatar qual foi a verdadeira causa do óbito".

O advogado da família, Jonatan Torres, informou que é preciso aguardar a perícia tanatoscópica para ter certeza da causa da morte. "O momento é prematuro para dizer se houve ou não negligência médica, se houve omissão quanto aos primeiros socorros dele. O que temos conhecimento é que tem tido muito casos de omissão e negligência [no Hospital de Belo Jardim] e isso traz especulações das diversas naturezas".