O nível de ocupação da população brasileira atingiu 51,6% no trimestre encerrado em abril, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad-Contínua), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgada nesta quinta-feira (28). O número, que representa o percentual de pessoas em idade para trabalhar que estão ocupadas, chegou ao menor patamar desde quando a pesquisa começou a ser realizada, em 2012. Os números mostram alguns dos impactos da crise do coronavírus (covid-19) na economia do País.
No trimestre que terminou em abril, 89,2 milhões de pessoas estavam ocupadas. A queda foi de 5,2% (4,9 milhões a menos) em relação a janeiro deste ano e 3,4% (3,1 milhões a menos) em relação a abril de 2019. Ambas representam recordes. No trimestre que encerrou em janeiro, a taxa de ocupação era de 54,8% e em abril do ano passado, 54,2%.
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De acordo com o IBGE, a taxa de desemprego subiu para 12,6% no trimestre encerrado em abril. A taxa é maior do que os 11,2% registrados no trimestre encerrado em janeiro. No trimestre encerrado em abril, o desemprego atingia 12,8 milhões de pessoas, quantidade 7,5% maior do que no trimestre que terminou em janeiro (11,9 milhões de desocupados).
Quando o número é comparado com o mesmo período do ano passado, entretanto, a taxa ficou estável estatisticamente. No trimestre encerrado em abril de 2019, o índice era de 12,5% (13,2 milhões).
Postos de trabalho fechados
Comparando os números de abril de 2020 com os de janeiro deste ano, as maiores perdas de postos de trabalho foram na construção (-13,1%), alojamento e alimentação (-12,4%) e serviços domésticos (-11,6%). Por outro lado, a administração pública teve criação de postos de trabalho, com +1,8%. Comparando com abril de 2019, os setores com mais perdas foram os mesmo: construção (-10,2%), serviços domésticos (-10,1%) e alojamento e alimentação (-9,3%).
Os setores que mais sentiram a perda dos postos de trabalho na comparação com janeiro foram os empregados sem carteira assinada no setor privado (-13,2%) e nos serviços domésticos (-12,6%). Comparando com abril do ano passado, as maiores perdas foram no serviço privado sem carteira (-9,7%), trabalhadores domésticos (-10,1%), empregadores sem CNPJ (-13%) e trabalhadores familiares auxiliares (-11,2%).
Os empregados com carteira assinada no setor privado chegaram a 32,2 milhões de pessoas, uma queda de 4,5% com relação ao trimestre anterior e de 2,8% ante o mesmo trimestre de 2019. Este é o menor número da série histórica. O número de trabalhadores informais também caiu e atingiu o mínimo histórico da série que começou em 2016. Em abril, eram 34,6 milhões de trabalhadores (38,8% da população ocupada). No trimestre anterior, a taxa era de 40,7% e no trimestre encerrado em abril de 2019, 40,9%.
O rendimento real habitual do trabalhador (R$ 2.425) subiu 2% ante o trimestre anterior e 2,5% relação ao mesmo trimestre de 2019.
População subutilizada
A Pnad-Contínua também avalia a população subutilizada, que são as pessoas que estão desempregadas ou que poderiam trabalhar mais horas do que trabalham. No trimestre encerrado em abril, o número atingiu 28,7 milhões, recorde da série histórica, 8,7% acima do trimestre encerrado em janeiro deste ano. Na comparação com abril de 2019, o índice é estatisticamente estável.
A taxa de subutilização ficou em 25,6%, valor recorde para a série, acima dos 23,2% de janeiro e dos 24,9% de abril de 2019. A população fora da força de trabalho (70,9 milhões de pessoas) apresentou novo recorde na série iniciada em 2012, com altas de 7,9% (mais 5,2 milhões de pessoas) em relação ao trimestre anterior e de 9,2% (mais 6 milhões) na comparação com abril de 2019.
As pessoas desalentadas, que são as que desistiram de procurar emprego, chegaram a 5 milhões, número também recorde. A taxa aumentou 7% em relação ao trimestre anterior e manteve estabilidade estatística em relação a abril de 2019. Outro recorde foi o percentual de desalentados em relação à população na força de trabalho ou desalentada: 4,7%. A taxa é superior a janeiro (4,2%) e a abril do ano passado (4,4%).
*Com informações da Agência Brasil