Crimes

Ex-gerente do Banco do Nordeste é preso pela Polícia Federal em Pernambuco

Organização criminosa atuava na agência de Santa Cruz do Capibaribe

Ana Maria Santiago de Miranda
Ana Maria Santiago de Miranda
Publicado em 15/07/2020 às 11:12
Divulgação/Polícia Federal
FOTO: Divulgação/Polícia Federal

A Polícia Federal em Caruaru, no Agreste de Pernambuco, deflagrou nesta quarta-feira (15) a operação Escaparate, terceira fase da Operação Impunitas, que tem o objetivo de combater crimes contra o Sistema Financeiro Nacional, de lavagem de dinheiro e organização criminosa. Um ex-gerente do Banco do Nordeste de Santa Cruz do Capibaribe foi preso em Surubim, também no Agreste.

Foram cumpridos um mandado de prisão preventiva e um mandado de busca e apreensão, além do bloqueio de contas bancárias de 11 pessoas físicas e jurídicas, sequestro de bens e afastamento de sigilo fiscal de nove pessoas físicas e jurídicas. Houve ainda a intimação de oito pessoas, identificadas como supostos "laranjas". As medidas cautelares foram expedidas pela 27ª Vara da Justiça Federal de Pernambuco.

De acordo com a Polícia Federal, as investigações começaram em março de 2019, com foco na atuação de uma organização criminosa na agência do Banco do Nordeste de Santa Cruz do Capibaribe. O grupo era especializado na prática de crimes contra o Sistema Financeiro Nacional, peculato, lavagem de dinheiro e constituição e participação em organização criminosa.

As duas primeiras fases da Operação Impunitas foram deflagradas nos dias 11 de junho de 2019 e 24 de setembro de 2019. Foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão preventiva, além do bloqueio de valores e sequestro de bens dos investigados.

Ex-gerente era líder do grupo

Segundo a PF, o líder do grupo é o ex-gerente da agência do Banco do Nordeste de Santa Cruz. Trinta pessoas foram indiciadas por envolvimento nas práticas investigadas. As fraudes resultaram em prejuízos aos cofres públicos superiores a R$ 10 milhões.

Como gerente da agência do banco, o suspeito teria sido responsável pela prática de atos de gestão fraudulenta na instituição financeira, que facilitaram o acesso aos demais integrantes do grupo às altas somas de valores em espécie. O dinheiro seria de operações de crédito enganosas, subsidiadas por documentos produzidos com esta finalidade.

Ainda de acordo com as investigações, a maior parte dos valores disponibilizados pelo banco eram destinados ao líder do grupo e as pessoas próximas dele, também parte do esquema. As análises das quebras dos sigilos bancários apontaram que entre 2016 e 2020, eles movimentaram mais de R$ 379 milhões.

Residência em que mandado foi cumprido
Residência em que mandado foi cumprido
Divulgação/Polícia Federal