O processo que levou à operação que investiga suposto desvio de doações de fiéis por parte do padre Robson Oliveira Pereira, que era presidente da Associação dos Filhos do Divino Pai Eterno (Afipe) e reitor da Basília do Divino Pai Eterno em Trindade, na região metropolitana de Goiânia (GO), revela que o religioso teria supostos casos amorosos. Um hacker teria ameaçado expor a situação com o objetivo de extorquir o pároco.
Depoimentos obtidos pelo Ministério Público de Goiás e pela Polícia Civil revelam que o padre pagou cerca de R$ 2,9 milhões com dinheiro da Afipe em troca da não exposição do conteúdo. A operação "Vendilhões" foi deflagrada na última sexta-feira (21) com informações obtidas neste processo.
> Padre Robson pede afastamento após investigação sobre desvio de R$ 120 milhões
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A investigação apura ainda se R$ 120 milhões em doações de fiéis foram desviados para a compra de uma fazenda, uma casa de praia, entre outros. Na ocasião, foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão em imóveis ligados a padre Robson e outros endereços. Após o caso vir à tona, o padre pediu afastamento das atividades.
O MP-GO chegou a pedir a prisão do padre Robson, mas a solicitação foi negada pela Justiça. Estão sendo apurados os crimes de apropriação indébita, lavagem de dinheiro, falsificação de documentos, sonegação fiscal e associação criminosa.
Defesa do padre
A defesa do padre Robson afirma que a Polícia Civil acompanhou o caso de extorsão, no qual o religioso era vítima, e prendeu os suspeitos, que já foram punidos pelo Judiciário em 2019. Os advogados informaram ao G1 Goiás que "não havia qualquer conteúdo verídico como objeto das ameaças". A defesa diz ainda que os valores utilizados no pagamento foram recuperados e aguardam liberação judicial para voltar às contas da Afipe.