As crianças deverão fazer parte do último grupo a ser vacinado contra o coronavírus (covid-19), quando houver uma vacina segura e eficaz disponível. Segundo especialistas, esse grupo apresenta menor risco e entrou há pouco tempo nos testes que estão sendo realizados.
Dos quatro testes autorizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), apenas um engloba pessoas a partir de 16 anos. Por causa disso, os especialistas acreditam que poderá demorar alguns meses para que as crianças e os adolescentes possam ser vacinados.
No Brasil, o teste autorizado que inclui participantes mais jovens é o produzido pela Pfizer com a BioNTech, que avaliará a vacina em adolescentes a partir dos 16 anos e adultos. A vacina da Universidade de Oxford e da AstraZeneca incluiu idosos e crianças de 5 a 12 anos nos testes de fase 2 apenas no Reino Unido.
O Instituto Butantã, que fez testes com o imunizante da chinesa Sinovac, também deve seguir um caminho semelhante. O centro de pesquisa brasileiro aguardará os resultados de estudos em 552 voluntários saudáveis com idade entre três e 17 anos na China.
De acordo com os especialistas, os dados epidemiológicos e os primeiros achados sobre os impactos do coronavírus guiaram as pesquisas que estão sendo realizadas. Assim, o foco está nos grupos de maior risco, que não inclui as crianças.
"Em geral, essas fases de pesquisa focam nos grupos mais vulneráveis para determinada doença, mas, para chegar ao grupo, a pesquisa precisa de dados epidemiológicos que vão guiar para faixas etárias. Para covid, epidemiologicamente, são os idosos e profissionais da saúde, mas, na primeira fase, que tem abordagem inicial para avaliar a segurança e eficácia, os voluntários são adultos, jovens e saudáveis", diz o presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), explica Juarez Cunha.
O Ministério da Saúde informou, através de nota, que os grupos prioritários para vacinação contra o coronavírus estão sendo estudados pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI). A Anvisa informou que ainda não recebeu pedido de autorização para estudos clínicos em crianças.
*Com informações do Estadão Conteúdo