Ciência

Pessoas com sangue tipo O teriam menos risco de contrair coronavírus

Estudos foram publicados nessa quarta-feira em uma revista científica

Ana Maria Santiago de Miranda
Ana Maria Santiago de Miranda
Publicado em 15/10/2020 às 12:57
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Uma pesquisa revelou que o risco de contrair covid-19 é mais baixo para as pessoas com o tipo sanguíneo O. As descobertas foram publicadas pela revista Blood Advances, em dois artigos, nessa quarta-feira (14). As pessoas dos grupos sanguíneos A e AB estariam mais propensas a desenvolver sintomas graves e apresentar complicações.

Um dos levantamentos concluiu que quem tem sangue tipo O pode ter um risco menor de ser infectado. A pesquisa foi feita com base em registros da Dinamarca. Para o estudo, um grupo de 473.654 pessoas foi submetido a testes PCR entre 27 de fevereiro e 30 de julho (7.422 positivos e 466.232 negativos).

Eles foram comparados com outras 2.204.742 pessoas que não tinham sido testadas. O número corresponde a cerca de 38% da população da Dinamarca. O levantamento também levou em conta dados sobre taxas de internação e morte relacionadas à covid-19, incluindo idade, problemas cardiovasculares, entre outros.

Destes pacientes, 38,41% tinham sangue tipo O. No grupo de controle, o percentual era de 41,7%. Portanto, a taxa de risco relativa foi entre 0,83% e 0,91% para pessoas desse grupo sanguíneo.

O outro levantamento publicado na revista foi realizado no Canadá, e afirma que pessoas dos grupos sanguíneos A e AB estariam mais propensas a desenvolver sintomas mais graves e lesões pulmonares.

Os pesquisadores analisaram o sangue de 95 pacientes internados em estado grave em um hospital de Vancouver. Sessenta e um por cento dos 57 pacientes que tinham sangue O ou B precisaram do apoio de respiradores. A taxa foi de 84% entre os 38 com tipos A e AB.

Em junho, um artigo publicado pelo New England Journal of Medicine já apontava a relação entre o tipo sanguíneo e o risco de contaminação e a evolução da doença. Segundo aquela pesquisa, o sangue do tipo A teria 50% mais chances de precisar de ventilação mecânica, por exemplo.

*Com informações da EFE