O presidente da República, Jair Bolsonaro, disse nesta segunda-feira (26) que juiz "não pode decidir se você vai ou não tomar vacina", em referência a uma fala do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, que disse na última sexta (23) que haverá "judicialização" dos critérios a serem adotados para a futura vacinação contra a covid-19.
A vacina contra o novo coronavírus ainda está sendo desenvolvida por laboratórios de todo o mundo, mas Bolsonaro e integrantes do governo já explicitaram que são contra a obrigatoriedade da imunização.
> China vai testar cidade inteira após descobrir um caso de covid-19
> OMS diz que aprovação de vacina contra covid-19 depende da ciência, não da nacionalidade
"Hoje vou estar com o ministro [Eduardo] Pazuello, da Saúde, para tratar desse assunto, porque temos uma jornada pela frente, onde parece que foi judicializada essa questão. E eu entendo que isso não é uma questão de Justiça, isso é uma questão de saúde acima de tudo. Não pode um juiz decidir se você vai ou não tomar vacina. Não existe isso daí", disse Bolsonaro.
> Vacina de Oxford contra covid-19 gera resposta "robusta" na imunização de idosos
CoronaVac
O presidente causou polêmica na semana passada ao afirmar que o Governo Federal não irá adquirir a CoronaVac, vacina que está sendo desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac e pelo Instituto Butantan, em São Paulo.
Bolsonaro falou que não confia na vacina, uma vez que o coronavírus teria surgido na China. "Acredito que teremos a vacina de outros países, até mesmo a nossa, que vai transmitir confiança para a população. A da China, lamentavelmente, já existe um descrédito muito grande por parte da população, até porque, como muitos dizem, esse vírus teria nascido lá", declarou.
Em um pronunciamento na última quarta-feira (21), o Ministério da Saúde informou que não houve compromisso com o estado de São Paulo para a aquisição das vacinas, apenas um protocolo de intenções entre a pasta e o Butantan.
A CoronaVac já está na Fase 3 de testes em humanos e, segundo Instituto Butantan, é uma vacina segura, ou seja, não apresenta efeitos colaterais graves. Ao todo, os testes serão realizados em 13 mil voluntários e a expectativa é que sejam finalizados até dezembro. A CoronaVac prevê a administração de duas doses por pessoa.