A Corregedoria Nacional de Justiça abriu um procedimento disciplinar para apurar a conduta do juiz Rudson Marcos, da 3ª Vara Criminal de Florianópolis (SC), durante o julgamento do processo de estupro contra a promotora de eventos Mariana Ferrer, 23 anos.
Durante o julgamento, que absolveu o acusado, o empresário André de Camargo Aranha, o advogado Cláudio Gastão da Rosa Filho humilhou a vítima. Ele chegou a mostrar cópias de fotos sensuais da jovem antes do crime, como forma de "provar" que a relação foi consensual. Ele disse ainda que jamais teria uma filha "do nível de Mariana".
Humilhada, a jovem começa a chorar e o juiz propõe um intervalo para que ela se recomponha. "Eu gostaria de respeito, eu estou implorando por respeito no mínimo. Nem os acusados, nem os assassinos são tratados da forma que eu estou sendo tratada, pelo amor de Deus, gente", disse Mariana, aos prantos.
Pedido de esclarecimentos
Durante as agressões verbais, o juiz e o promotor Thiago Carriço de Oliveira não se manifestaram sobre a conduta do advogado. O magistrado disse apenas para a vítima se recompor e pediu que o advogado mantivesse o "bom nível".
A OAB Santa Catarina também irá pedir esclarecimentos ao advogado. A assessoria de imprensa do Ministério Público afirmou que o promotor de Justiça interveio em favor da vítima em ocasiões não divulgadas no vídeo.
*Com informações do Correio Braziliense e The Intercept Brasil