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Presidente do Carrefour se manifesta sobre morte de homem negro

Empresário disse que vai solicitar a revisão de treinamento de funcionários e terceiros

Equipe NE 10 Interior
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Publicado em 21/11/2020 às 17:41
Divulgação
FOTO: Divulgação

Em um post publicado no início da noite dessa sexta-feira (21), em sua conta no Twitter, o presidente do Grupo Carrefour, Alexandre Bompard, comentou sobre o assassinato de João Alberto Silveira de Freitas, negro de 40 anos, dentro de uma filial da rede relaxada, em Porto Alegre (RS).

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Nele, o empresário destacou que vai solicitar a revisão de treinamento de funcionários e terceiros "no que diz respeito à segurança, respeito à diversidade e dos valores de respeito e repúdio à intolerância".

Morte

João Alberto Silveira de Freitas, morreu na noite da última quinta-feira (19), após ser espancado no supermercado Carrefour, em Porto Alegre. O caso ocorreu na véspera do feriado do Dia da Consciência Negra.

O homem teria discutido com a caixa do estabelecimento e foi levado pelo segurança até o estacionamento. Um dos clientes, policial militar temporário, os acompanhou juntamente com uma funcionária do local.

No caminho até o estacionamento, de acordo com a funcionária em depoimento para a polícia, a vítima teria desferido um soco contra o PM e começou um tumulto.

"A partir disso começou tumulto, e os dois agrediram ele na tentativa de contê-lo. Eles [o PM e o segurança] chegaram a subir em cima do corpo dele, colocaram perna no pescoço ou no tórax", disse o delegado Leandro Bodoia.

Imagens flagraram o momento do espancamento e a tentativa dos socorristas de salvarem o homem. O vídeo circula nas redes sociais. Na imagem, é possível ver o homem recebendo socos na região do rosto.

O Samu foi até o local, mas o homem não resistiu e morreu. A causa da morte deverá ser apontada no laudo pericial.

Protestos

Assim como ocorreu em algumas capitais brasileiras, o Recife também promoveu um ato contra o assassinato de João Alberto Silveira Freitas. Convocado por grupos do movimento negro de Pernambuco, o protesto teve início no final da manhã, deste sábado (21). As informações são do Jornal do Commercio.

O grupo se encontrou em frente ao Carrefour de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife. Representantes da Articulação Negra de Pernambuco, do Pretivismo, do Fórum de Mulheres de Pernambuco, da Rede Afro LGBT e do Movimento Negro Unificado (MNU), para citar alguns dos grupos, estiveram presentes para exigir justiça e dizer basta à violência racial.

Contrato

Em nota divulgada durante a madrugada da sexta, o Carrefour informou que romperá o contrato com a empresa que responde pelos seguranças que cometeram a agressão e disse que vai adotar as medidas cabíveis para responsabilizar os envolvidos no caso.

Leia a nota na íntegra: "O Carrefour informa que adotará as medidas cabíveis para responsabilizar os envolvidos neste ato criminoso. Também romperá o contrato com a empresa que responde pelos seguranças que cometeram a agressão.

O funcionário que estava no comando da loja no momento do incidente será desligado. Em respeito á vítima, a loja será fechada. Entraremos em contato com a família do senhor João Alberto para dar o suporte necessário.
O Carrefour lamenta profundamente o caso. Ao tomar conhecimento deste inexplicável episódio, iniciamos uma rigorosa apuração interna e, imediatamente, tomamos as providências cabíveis para que os responsáveis sejam punidos legalmente.

Para nós, nenhum tipo de violência e intolerância é admissível, e não aceitamos que situações como essa aconteçam. Estamos profundamente consternados com tudo que aconteceu e acompanharemos os desdobramentos do caso, oferecendo todo suporte para as autoridades locais”.