Saúde

Covid-19: OMS promete ao Brasil até 14 milhões de doses da vacina

Imunizantes devem ser entregues a partir de fevereiro

NE10 Interior
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Publicado em 01/02/2021 às 13:28
Tânia Rêgo/Agência Brasil
FOTO: Tânia Rêgo/Agência Brasil

O Ministério da Saúde anunciou, no sábado (30), que o Brasil deve receber de 10 a 14 milhões de doses da vacina da AstraZeneca/Oxford contra a Covid-19 a partir de fevereiro, através do consórcio internacional Covax Facility, aliança internacional ligada à Organização Mundial de Saúde (OMS).

A Covax Facility tem o objetivo de atuar na difusão e distribuição justa e igualitária das vacinas contra a Covid-19. O consórcio global de compartilhamento de vacinas reúne cerca de 190 países. Desses, 92 são considerados de baixa ou média renda (como Afeganistão, Etiópia, Haiti).

É por meio dessa iniciativa que os países ricos destinam recursos que apoiam aqueles em situação de vulnerabilidade, visto que as potências mundiais têm maior poder nas negociações com as empresas farmacêuticas. Através do consórcio, o Brasil deve receber 42,5 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19 até o fim de 2021. De acordo com o Ministério da Saúde, essa quantidade é suficiente para imunizar 10% da população brasileira.

O Brasil está na aliança como uma economia com "autofinanciamento potencial", que reúne cerca de 80 países. A expectativa é de que o país pague cerca de R$ 2,5 bilhões, em diferentes parcelas, para ter acesso às vacinas e auxiliar outros países por meio da Covax Facility.

Distribuição das doses

A expectativa é distribuir, ao menos, 2 bilhões de doses até o fim deste ano, sendo mais da metade delas aos países mais pobres por terem dificuldades para adquirir o imunizante diretamente com os laboratórios. O Vice-diretor da Organização Pan-americana de Saúde (Opas), Jarbas Barbosa informou que a Covax prevê entregar as vacinas em meados de fevereiro.

Acordo com empresas

Além da Covax, o Ministério da Saúde destaca que fez acordos diretamente com empresas para obter as doses das vacinas. Em nota, pontua que firmou parceria com a AstraZeneca e a Universidade de Oxford, por meio da Fundação Oswaldo Cruz/BioManguinhos, e com a empresa Sinovac e o Instituto Butantan para distribuição da CoronaVac.

Vacinas insuficientes

Especialistas têm criticado o ritmo da vacinação no país. Para eles, os números atuais de imunização no Brasil estão abaixo das expectativas e da capacidade do sistema de saúde. Enquanto não há tratamentos comprovadamente eficazes contra a doença, a imunização em larga escala é a única forma de proteger toda a comunidade.

Atualmente, os cientistas calculam que a taxa da imunidade de rebanho, para proteger a população, deve ficar entre 70% e 90%. Se continuarmos no ritmo atual de 94 mil doses por dia, demoraremos pouco mais de quatro anos para atingir a taxa de 90%. A epidemiologista Carla Domingues, que foi coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI), afirma que o Brasil tem total capacidade de acelerar o plano de vacinação.

"Nas campanhas de vacinação contra a gripe, que acontecem todos os anos, nós conseguimos imunizar 80 milhões de brasileiros em apenas 90 dias", compara. E que o país tem cerca de 30 mil profissionais de saúde contratados para fazer a vacinação. "Cada um deles consegue atender de 20 a 30 pessoas por dia. Portanto, não é exagero dizer que podemos imunizar 900 mil ou até 1 milhão de indivíduos no país diariamente", afirma.

* Com informações da BBC News Brasil