Lily Ebert, de 97 anos, é uma das últimas sobreviventes do Holocausto do Reino Unido. Após 75 anos dos horrores nazistas, ela também superou a Covid-19. "Eu estive em Auschwitz, passei pela pior situação que um ser humano pode viver. E graças a Deus eu sobrevivi", contou a BBC, em sua casa no norte de Londres. "Então eu deveria sobreviver a isso (covid-19) também. E eu sobrevivi."
Lily tinha apenas 21 anos quando foi salva por tropas americanas em 1945, no fim da Segunda Guerra Mundial. Ela foi deportada de Bonyhád, na Hungria, e levada a Auschwitz, campo de concentração na Polônia. Lá cerca de 1 milhão de judeus e milhares de outras pessoas foram assassinadas pelos nazistas. "Aquilo não era um lugar, era o inferno", relembra Lily.
Prisioneira do nazismo
Ela e mais duas irmãs foram separadas da mãe e de outros dois irmãos. Lily e a irmã tiveram a cabeça raspada e foram transferidas para uma fábrica de munições nos arredores de Leipzig, na Alemanha, quatro meses depois. Os demais familiares foram enviados para a câmara de gás e o crematório.
Após a libertação, em 1945, as irmãs foram viver na Suíça. Em 1967, Lily se mudou com o marido e três filhos para Londres, onde vive até hoje.
Coronavírus
Em 17 de dezembro de 2020, Lily tomou a primeira dose da vacina contra o novo coronavírus. Mas pouco tempo depois, começou a se sentir doente, o imunizante só atinge sua eficácia máxima cerca de duas semanas após a segunda dose.
A idosa teve de ser tratada com oxigênio em casa. "Foi muito preocupante para a família toda. Houve alguns dias muito sombrios e difíceis, mas minha bisavó nunca parou de sorrir, nunca desistiu", conta o bisneto.
Após se curar da doença ela continua mantendo o otimismo e deixa um recado para quem contraiu a Covid-19, "Tente, antes de mais nada, em todas as situações, ser positivo. Isso faz você melhorar, de verdade", disse.
* Com informações da BBC News