O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), questionou nesta segunda-feira (8) quem poderia assumir seu lugar e o efeito do seu afastamento, em caso de impeachment. "Vai resolver o quê? Quer tirar a mim, quer botar quem no lugar?", indagou em conversa com apoiadores, após citar aumento nos preços de combustíveis e de itens da cesta básica.
Bolsonaro é alvo de mais de 60 pedidos de impeachment protocolados na Câmara dos Deputados. "Esse 'quem' podia apresentar e nos ajudar com soluções agora. Eu tenho humildade para acolher qualquer sugestão, qualquer uma, seja qual for, a gente estuda", acrescentou o presidente.
Caso o pedido fosse aprovado, o vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) assumiria a presidência. Mourão reforçou, em várias ocasiões, que não concorda com os pedidos de afastamento de Bolsonaro, que ressurgiram no início deste ano. A atuação do governo federal durante a pandemia da Covid-19 é dos principais motivos para os novos pedidos de impeachment.
Presidentes da Câmara e Senado
A eleição de aliados na presidência da Câmara e do Senado diminuiu as chances de que um processo para o afastamento de Bolsonaro seja aceito. Cabe ao presidente da Câmara aceitar ou não o início de um processo de impedimento. O apoio explícito do Planalto para que o deputado Arthur Lira (PP-AL) assumisse à Casa tinha como um dos objetivos principais afastar a ameaça de impeachment.