Combustível

Bolsonaro diz que é possível reduzir preço de combustível em 10% sem interferência sua

O presidente deu a declaração após trocar o comando da Petrobras e criticar a estatal.

NE10 Interior
NE10 Interior
Publicado em 22/02/2021 às 16:46
Marcelo Camargo/Agência Brasil
FOTO: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente, Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta segunda-feira (22), que é possível reduzir em ao menos 10% o preço dos combustíveis sem “canetada” de sua parte. Ele voltou a criticar a atuação dos órgãos públicos e disse que precisa descobrir quais as questões que, segundo ele, impactam no valor do combustível. 

Bolsonaro disse também que mudanças serão feitas no governo “sempre que se fizer necessário”, em referência a escolha do novo presidente da Petrobras. Ao falar sobre uma redução no preço do combustível “sem canetada”, citou a bitributação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que é alvo do governo federal a partir de um projeto de lei enviado ao Congresso há duas semanas. 

“Você quando bota 30 litros [de combustível] no seu carro, não sabe se entrou 30 litros de verdade. Você não sabe se o combustível que você botou está ou não está batizado. A margem de lucro da distribuidora, os ganhos dos donos de postos de combustível, o preço dos impostos. O valor dos impostos você não sabe. E o que acontece com os impostos? Eles são bitributados. O ICMS, por exemplo, ele incide não só em cima do preço do combustível na refinaria, bem como em cima da margem de lucro dos postos, da margem de lucro das transportadores, bem como em cima de PIS/Cofins, e incide sobre o próprio ICMS. Então se você jogar em cima disso daí, no mínimo 10% reduz o preço dos combustíveis na ponta da linha”, afirmou o presidente.

O presidente negou novamente que exista interferência sua na Petrobras, mas deixou clara sua insatisfação com a política de preços adotada pela estatal. Além de afirmar que é inadmissível o fato do ex-chefe da estatal, Roberto Castello Branco, ter optado pelo home office desde o início da pandemia.

Pandemia

Mais uma vez, Bolsonaro criticou as medidas de distanciamento social e, dessa vez, afirmou que querem culpá-lo pelo o que ele considera serem efeitos econômicos dessas políticas. “Querem culpar a mim [sobre] a inflação. Querem culpar a mim a questão do aumento do preço de muita coisa. Sim, em especial alimentação. O desemprego também querem culpar a mim. Quem fechou o comércio não fui eu. Desde o começo eu falei que não podíamos fechar o comércio. Deviam tratar a questão do vírus e do desemprego com a mesma responsabilidade e de forma simultânea”, disse.

Ele conclui dizendo: “A maioria da população brasileira não pode ficar em casa. Não vai aparecer comida na geladeira deles. Ele tem que se virar, correr atrás. Agora a política, completamente equivocada, levou o Estado para a situação que nós nos encontramos. Se não fosse trabalho nosso, o Pronampe (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte), ajuda a governadores, a prefeitos, entre tantas outras medidas, estaria uma desgraça o Brasil. Estaria o padrão Venezuela, hoje em dia.”

* Com informações do Estadão