Uma mulher trans pernambucana morreu em uma clínica da cidade de São Paulo depois de ser abandonada sedada dentro de um bloco cirúrgico enquanto o local pegava fogo. Lorena Muniz, de 25 anos, fazia uma cirurgia para implantar silicone e foi deixada pelos profissionais de saúde na mesa de cirurgia enquanto o fogo tomava conta do local.
A cirurgia ocorreu na última quarta-feira (17), em uma clínica da cidade de Taboão da Serra, em São Paulo, e a morte da pernambucana foi confirmada no domingo (21). Lorena teria ficado por muito tempo sozinha e inalou grande quantidade de fumaça.
A mulher só foi socorrida com a chegada do Corpo de Bombeiros ao local, que a levou para o Hospital das Clínicas, na capital paulista. Ela foi internada no pronto-socorro em estado grave, mas não resistiu às sequelas.
Repercussão
Por meio de nota, a vereadora por São Paulo, Erika Hilton (PSOL), relatou o caso. “Segundo ele [o esposo de Lorena, Washington Barbosa] e outras testemunhas que estavam com Lorena no dia de sua cirurgia, após um incêndio na clínica onde realizava o procedimento, Lorena foi deixada para trás durante a evacuação do local, ficando exposta a grandes quantidades de fumaça."
Erika, que é a primeira vereadora trans da capital paulista, disse disse ainda que não irá medir esforços para traçar uma estratégia jurídica e política para que a clínica seja investigada e responsabilizada, bem como os profissionais que abandonaram a pernambucana durante o procedimento.
"É indignante, mas não podemos permitir a espetacularização da morte por negligência médica e permitir que o ocorrido com mais uma travesti passe impune”, disse.