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Músicos vendem instrumentos para pagar contas e dizem que categoria "grita e clama por socorro" no Agreste

Com as proibições previstas nos decretos com medidas preventivas à Covid-19, os artistas enfrentam diversas dificuldades.

Eduarda Cabral
Eduarda Cabral
Publicado em 02/03/2021 às 9:17
Divulgação/Robson Lima
FOTO: Divulgação/Robson Lima

A pandemia da Covid-19 continua provocando impactos na economia nos mais diversos setores. Para quem sobrevive da cultura não é diferente. É o caso de diversos músicos do Agreste de Pernambuco que tem enfrentado os mais diversos problemas por causa da interrupção das suas atividades em virtude dos decretos que estabelecem medidas preventivas ao contágio do coronavírus.

Entre as medidas adotadas pelo Governo de Pernambuco, está a suspensão de música em bares, restaurantes e praias que tem sido renovada por meio de decretos desde o dia 13 de janeiro. O cenário tem provocado a adoção de medidas mais drásticas por parte dos músicos, que têm encontrado a solução para se recuperar da crise financeira vendendo os instrumentos, que são a principal fonte de trabalho.

Um dos representantes da categoria no Agreste, o músico Sérgio Brayner, disse em entrevista à Rádio Jornal Caruaru que a classe artística "grita e clama por socorro" e que o momento é muito difícil para quem trabalha com arte e cultura de modo geral. "São bateristas vendendo suas baterias, cantores vendendo violão e microfones, e a gente fica se perguntando 'até quando vai essa situação?'. A gente espera medidas dos órgãos governamentais, espera medidas que salvem a categoria porque depois que passas a pandemia nem o próprio instrumento o artista vai ter para garantir seu pão de cada dia", disse Brayner.

Dificuldades aumentam a cada dia

Um caso que chama a atenção no Agreste é o do músico Ivo Moura, que foi infectado pela Covid-19 e agora não sofre apenas com os problemas de saúde deixados pela doença, mas também com as sequelas financeiras deixadas pela pandemia. O artista agora vende os próprios instrumentos e diz que é a única saída para conseguir sobreviver.

"Adquiri insuficiência cardíaca (em virtude da Covid-19) e passei a dar entrada em UPA, em hospitais públicos, onde fui internado quatro vezes. Cheguei a ir para a UTI e hoje me encontro em casa. A recuperação demora e acabei colocando todos os meus instrumentos para vender", detalhou Ivo. "Estou rifando um violão e também vendendo mesa de som, microfone, iluminação, caixa de som e todo o equipamento que eu trabalhava", lamentou o músico.

Confira na reportagem da TV Jornal Interior

Confira a matéria da Rádio Jornal