Recentemente um caso de duas irmãs do Recife, em Pernambuco, ganhou repercussão nacional. As duas mulheres e outras três pessoas podiam estar com a Síndrome de Haff no Estado, conhecida como 'doença da urina preta', e os casos despertaram a curiosidade de muita gente.
> Saiba quais os sintomas da Síndrome de Haff, 'doença da urina preta'
A médica veterinária Pryscila Andrade, de 31 anos, que estava internada na UTI em um hospital na capital pernambucana com suspeita da doença morreu na última terça-feira (2). Ela foi internada em 20 de fevereiro junto com a irmã, que teve alta médica no dia 24 após passar dias no Real Hospital Português (RHP) apresentando sintomas.
De acordo com os dados da Secretaria Estadual de Saúde, Pernambuco registrou 15 casos da doença entre 2017 e 2021. Os médicos afirmam que a contaminação é provocada por uma toxina que se desenvolve em peixes que não são bem armazenados em temperaturas adequadas. O problema é que esta toxina não altera o sabor nem a aparência do alimento.
> Saiba quais peixes estão mais associados a Síndrome de Haff
As duas irmãs pernambucanas comeram o peixe tipo Arabaiana. No entanto, outras espécies já estão relacionadas com casos descritos de Síndrome de Haff, como o tambaqui. Na Bahia, a doença já foi relacionada com o consumo do Badejo (Mycteroperca) e, no Amazonas, com o consumo do Pacu Manteiga (Mylossoma).
Sintomas
A toxina vai para os músculos, provocando dores musculares e afetando os rins. Entre os sintomas estão dor e rigidez muscular, dormência, falta de ar e urina preta, semelhante à café. A urina escura é uma consequência da necrose muscular, provocado pela síndrome.
Os sintomas costumam aparecer entre quatro e seis horas após a ingestão do peixe, ou em alguns dias depois do consumo. Cada organismo reage de uma forma a quantidade de toxina ingerida. O tratamento indica a ingestão de bastante água, para o corpo se manter hidratado e analgésicos, para aliviar as dores. Ao primeiro sinal dos sintomas deve-se procurar atendimento médico.
Os principais sintomas são:
- Náusea;
- Vômito;
- Diarreia;
- Febre;
- Vermelhidão na pele;
- Falta de ar;
- Dormência no corpo;
- Insuficiência renal.
“O que chama atenção? O peixe não foi armazenado de forma adequada nem tratado de forma adequada. Aí ele vai produzir uma toxina. Você come o peixe, não nota que tem essa toxina, o gosto não tem alteração, mas, poucos dias depois, você começa a ter a dor muscular intensa e a urina ficando preta, devendo procurar de imediato uma unidade hospitalar, quando isso acontecer”, analisou o médico infectologista Filipe Prohaska, em entrevista à TV Jornal.
Caso a pessoa contraia a Síndrome de Haff, o tratamento indica a ingestão de bastante água, para o corpo se manter hidratado e analgésicos, para aliviar as dores.