superação

Médica morava no carro para proteger família, foi intubada com Covid e contratada pela equipe que a salvou

Roberta Carvalho se isolou para não contaminar os parentes e, após passar pela UTI com coronavírus, recebeu uma proposta de emprego do hospital.

NE10 Interior
NE10 Interior
Publicado em 06/03/2021 às 8:42
Reprodução
FOTO: Reprodução

Desde que a pandemia da Covid-19 foi identificada no Rio de Janeiro há quase um ano, a médica Roberta Carvalho enfrentou diversos desafios pessoais, profissionais e de saúde. A profissional atuava em um Centro de Terapia Intensiva (CTI) e decidiu morar dentro de um carro para não voltar para casa e contaminar seus parentes com o vírus.

> Vídeo: enfermeira constrói ‘caminho de pedras’ para subir serra e vacinar idoso de 102 anos

Por ficar exposta diariamente à Covid-19, Roberta acabou sendo infectada e viu, dia após dia, a doença se agravar. Ela precisou ser internada e chegou a ser intubada em estado grave. Enquanto estava no CTI, a médica recebeu um convite para trabalhar no hospital onde estava sendo tratada, com a equipe que salvou sua vida.

Decisão de morar no casso

Logo no início da pandemia, Roberta decidiu se afastar da avó, do pai, da mãe, da irmã e do marido. A médica se mudou para o carro com tudo o que considerou necessário. “Como existia a chance de eu me contaminar, na verdade a gente sabia que existia o risco, toda vez que a gente vai para um plantão, a gente sabe que se tiver um paciente com alguma doença contagiosa, existe o risco da gente se contaminar. Então eu optei por sair de casa, para não contaminar a minha família”, disse a médica em entrevista ao G1.

Positivo para Covid-19

No mês de abril de 2020, Roberta foi diagnosticada com Covid-19. Ela foi internada na UTI em estado grave, com 50% do pulmão comprometido. “Um mês depois de estar dormindo no carro, em cama de hospital, essas coisas, você sentir dor no corpo é um sintoma normal. Estar cansada depois de um mês trabalhando muito era normal. (...) Fiz a tomografia e deu que eu estava com aproximadamente 25% do pulmão acometido já, apesar de ser o primeiro dia de sintoma”, contou.

Depois de passar 10 dias intubada e sedada, Roberta acordou e recebeu o convite para trabalhar no mesmo Centro de Terapia Intensiva em que ela estava internada. “Trabalho com os médicos que salvaram a minha vida. O médico que está na rotina comigo é o médico que me intubou, doutor André Solure, os médicos que me colocaram em ecmo [aparelho que ajuda na respiração], eu trabalho na verdade com toda a equipe que salvou minha vida, exatamente. Com os meus heróis da saúde”, afirmou a médica.

*Com informações do G1