O papa Francisco ordenou nesta quarta-feira (24), que o salário dos cardeais e outros clérigos sofram uma redução de até 10% a partir de abril. A medida tem como objetivo garantir o emprego dos funcionários, tendo em vista que a pandemia do coronavírus tem afetado a renda da sede da Igreja Católica.
Esse ano o Vaticano deve ter um déficit orçamentário de 50 milhões de euros. A pandemia restringiu o turismo, principal fonte de renda do Vaticano, obrigou o fechamento dos museus e outros espaços que geralmente ficam abertos para visitação. Espera-se que a Santa Sé tenha que usar 40 milhões de euros em reservas para conseguir se manter este ano.
Um porta-voz afirmou que os funcionários de nível inferior não seriam afetados pelos cortes. Francisco sempre insistiu que não deseja demitir pessoas. Acredita-se que os cardeais que trabalham no Vaticano e lá vivem, ou em Roma, recebem salários de cerca de 4 mil a 5 mil euros por mês, e muitos deles moram em grandes apartamentos com aluguéis bem abaixo do mercado.
Outros chefes do departamento, principalmente clérigos, verão seus salários reduzirem entre 3% e 8%. Os aumentos salariais programados serão suspensos até março de 2023. As condições também se aplicarão a funcionários de alto escalão de outras basílicas papais, além da Basílica de São Pedro, no Vaticano.