Vacina

Ministro afirma que vacina contra a Covid-19, aprovada pelo governo federal, enviou pedido de testes à Anvisa

Anúncio ocorreu horas depois do governo de São Paulo anunciar que vai pedir autorização para os testes da Butanvac.

NE10 Interior
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Publicado em 26/03/2021 às 21:00
Buda Mendes/Getty Images
FOTO: Buda Mendes/Getty Images

O ministro de Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), Marcos Pontes, anunciou nesta sexta-feira (26), que a produção de três vacinas nacionais avançou para a fase de "pré-teste", como candidatas a imunizantes para o combate da Covid-19. Na quinta-feira (25), uma delas pediu autorização para testes em voluntários, segundo informou o ministro.

O anúncio foi feito horas depois do governador de São Paulo, João Doria (PSDB) informar que a ButanVac, vacina produzida pelo Instituto Butantan, também como candidata a imunizante contra a Covid-19, vai pedir autorização à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para iniciar os testes.

"O ministério investiu em 15 protocolos, tecnologias diferentes de vacina aqui no Brasil. Nós temos cientistas de altíssimo gabarito aqui no país. A boa notícia é que três dessas vacinas avançaram para pré-teste, vamos chamar assim. Agora estão entrando para fase de testes com voluntários", disse o ministro.

"Do meu ponto de vista deve ter sido uma coincidência que ele [Doria] apresentou em São Paulo, o que é bom para o país. A gente precisa ter várias vacinas nacionais. É importante", comentou Pontes.

Estratégia de soberania nacional

A Anvisa divulgou em seu site, que recebeu o pedido para realização de estudo fase 1 e 2 da vacina Versamune. "Trata-se de uma vacina desenvolvida numa parceria da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP, a empresa Farmacore e PDS Biotechnology, dos Estados Unidos", comunicou a Anvisa.

A fabricação do imunizante foi coordenada pelo pesquisador Célio Lopes Silva. Ele é professor titular de Imunologia e Biotecnologia do Departamento de Bioquímica e Imunologia da faculdade. 

"Segundo os procedimentos da Anvisa, a análise considerará a proposta do estudo, o número de participantes e os dados de segurança obtidos até o momento nos estudos pré-clínicos que são realizados em laboratório e animais", esclarece a agência.

Segundo o ministro da ciência, os cientistas brasileiros vêm trabalhando na elaboração das vacinas desde fevereiro do ano passado. Uma vacina nacional vai baratear os custos, desenvolver a tecnologia do país e agilizar a produção e consequentemente, a vacinação, o que Pontes chamou de "estratégia de soberania nacional".

As três vacinas avaliadas na Anvisa

No dia 6 de março, a Anvisa informou que estava avaliando três vacinas desenvolvidas pelo Brasil. Uma delas seria a Versamune anunciada nesta sexta (26).

"Em 15 de fevereiro, a empresa encaminhou documentos para análise preliminar da Anvisa. A Agência está analisando os documentos e vai fornecer aos desenvolvedores do imunizante as informações para instruir um futuro pedido formal de realização de estudos clínico fase 1 e 2 no Brasil", disse a Anvisa na ocasião.

A segunda delas é uma iniciativa do Centro de Tecnologia em Vacinas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em parceria com a Funed - Fundação Ezequiel Dias. "Os estudos estão em fase pré-clinica, quando são feitos testes em animais. Já foram feitas reuniões preliminares entre os que desenvolvem o imunizante e a Anvisa", afirmou a agência.

A terceira iniciativa é desenvolvida pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com o nome de UFRJ-Vac. "A Anvisa realizou reuniões para discutir as estratégias para execução dos estudos não-clínicos. Foram realizadas duas reuniões, em agosto e setembro de 2020. A Agência aguarda novos contatos dos desenvolvedores."

A Anvisa informa que, assim que receber o pedido formal de autorização de estudos para essas três vacinas, "atuará com máxima atenção e celeridade".