Um estudo revelou que o número de casos e mortes por Covid-19 entre profissionais de saúde diminuiu consideravelmente. O cenário mostra que a vacinação da categoria, iniciada em janeiro deste ano, começa a surtir efeito. O Conselho Federal de Medicina (CFM), por exemplo, aponta uma queda de 83% no número de médicos mortos em março.
Em janeiro, 59 profissionais morreram no país, confirme o CFM. Em fevereiro, o número caiu para 24 e, em março, foram apenas 10. Os parâmetros de avaliação divergem entre diferentes instituições, mas o avanço da imunização traz esperança a quem trabalha na linha de frente do combate à doença.
"São trabalhos muito iniciais, mas sinalizam um caminho de melhora, como ocorreu em outros países", diz Helena Carneiro Leão, vice-corregedora do CFM.
Dados do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), entretanto, ainda não refletem queda no número de óbitos da categoria. Nos três primeiros meses do ano, foram 275 mortes, uma média de 91,6 casos por mês. Em 2020, segundo Eduardo Fernando de Souza, coordenador do Comitê Gestor de Crise do Cofen, foram 468 óbitos.
"O adoecimento é maior do que o ritmo da vacinação. Temos profissionais de enfermagem sendo vacinados ainda. O desrespeito ao isolamento social expõe a categoria. Se a população adoece, os enfermeiros adoecem junto", expõem Souza.
Pernambuco
Em alguns estados é possível observar que a disseminação da doença entre profissionais de saúde está menor do que na população em geral. Em Pernambuco, enquanto os casos confirmados de Covid-19 entre trabalhadores na saúde caíram 9% em março em relação a janeiro, na população em geral houve alta de 27%.
Os novos dados, divulgados pela Secretaria de Saúde de Pernambuco, apontam uma estabilidade no número de contaminação entre os profissionais que atuam nos hospitais e demais postos da linha de frente, ao longo das últimas semanas após o início da imunização no Estado.
Com o início da vacinação, a média de casos se manteve estável, com três registros semanais, variando entre zero e seis casos. Segundo a SES, este cenário reforça a importância de ampliar cada vez mais a vacinação como estratégia para garantir o controle da doença.