Luto

"É o que eu tenho dela, o abraço dela naquele dia", diz mãe de Patrícia Roberta recordando momentos com a filha

Às vésperas do dia das mães, a equipe de reportagem da TV Jornal Interior, conversou com Vera Lúcia, mãe de Patrícia.

NE10 Interior
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Publicado em 08/05/2021 às 13:08
Reprodução/TV Jornal
FOTO: Reprodução/TV Jornal

O jeito carinhoso de perguntar se tudo estava bem é o que vai ficar de lembrança da jovem Patrícia Roberta, para a mãe e toda a família. Patrícia, tinha 22 anos, quando foi morta após visitar um amigo em João Pessoa, na Paraíba.  A jovem transbordava alegria na forma de levar a vida, era querida por todos, tinha muitas amizades e um jeito doce de tratar quem amava. 

Às vésperas do dia das mães, a equipe de reportagem da TV Jornal Interior, conversou com Vera Lúcia, mãe de Patrícia, que contou como tem sido viver com a saudade da filha. Em meio a lágrimas, dona Vera Lúcia disse que é difícil imaginar que algo assim vá acontecer com alguém tão próximo a você. A mãe da jovem, já havia perdido uma filha há 14 anos, vítima de dengue hemorrágica.

"Minha primeira filha tinha acabado de fazer 3 aninhos quando morreu por dengue hemorrágica. Quando você vê na televisão que aconteceu alguma coisa com alguém que você não conhece, nunca passa pela sua cabeça que pode acontecer com você. Mas quando você encontra um ente querido no estado em que ela foi encontrada, é muito difícil", afirmou. 

A jovem saiu de Caruaru no dia 23 de abril para visitar um amigo de infância. Ela voltaria para o município na segunda-feira (26). Durante a estadia na capital paraibana Patrícia mantinha contato com os familiares. No entanto, no dia 25 a jovem desapareceu. Seu corpo foi encontrado no dia 27, dois dias depois de seu desaparecimento, em um terreno próximo a onde o suspeito de cometer o crime morava. 

Durante a viagem a João Pessoa, a jovem manteve contato diário com a mãe. As mensagens ainda estão registradas no celular, e as vezes servem de consolo para Vera Lúcia que ainda não se deu conta do que aconteceu. "Dizer que caiu a ficha, não caiu. Ela chegava em casa e dizia: 'cheguei mainha, te amo'. E eu fico esperando que ela volte e diga que chegou e que me ama. E ainda não estou acreditando, ninguém acredita". 

Vera Lúcia manteve a fé durante todo o processo de buscas pela filha. Ela acreditava que, mesmo fazendo 24h que ela não dava notícias, iria encontrar Patrícia desmaiada, mas não imaginava sua morte. "Até minha sobrinha ter reconhecido a tatuagem, até nesse presente momento, o sentimento era encontrar ela viva. Que a gente pudesse levar ela pra casa, pra cuidar dela". 

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Paulo Roberto, pai de Patrícia, foi quem acompanhou as investigações de perto. Ele foi até João Pessoa, procurar pela filha junto com as equipes policiais do estado da Paraíba. A mãe da jovem contou que quando ele chegou no apartamento onde a jovem teria combinado de se encontrar com o amigo, ela disse ter tido um pressentimento de que a filha estaria lá ainda.

"Quando meu esposo foi no apartamento, e eu reconheci que era o apartamento que ela tinha ido, eu disse: 'Chame, chame que eu tô sentindo que ela está ai'. No WhatsApp tem a conversa, ele chamando 'Patrícia? Patrícia? Tita? Tita? Nós chamávamos ela assim", contou. 

A mãe da jovem lamenta o ocorrido e fala que se soubesse de tudo, teria feito diferente. "Como uma jovem sai cheia de amor para viajar e volta no estado em que ela voltou? Hoje eu não deixaria ela ir sozinha para lugar algum. Ninguém vai adivinhar. Como diz o ditado, a maldade está do seu lado", disse.

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O último contato presencial com a filha foi um abraço. "No dia da viagem me deu aquele toque, e eu dei um abraço nela. É o que eu tenho dela, é o abraço dela naquele dia. Eu fecho os olhos e sinto o abraço da minha filha bem apertado", lamentou. 

Faltando pouco tempo para a data que celebra a maternidade, esse é primeiro dia das mães de Vera Lúcia sem as duas filhas, a mãe conta que quer guardar a imagem da filha sorrindo. "Eu a amo. Eu a amo e nunca vou deixar de amar. Mães, aproveite seus filhos. Deixem o que tiver de fazer e aproveitem seus filhos. Diga que ama, porque a gente não sabe o dia de amanhã", pediu. 

Assista a entrevista na íntegra: