Um estudo da Universidade de Washington em St. Louis, nos Estados Unidos encontrou indícios de que pacientes que tiveram casos leves de Covid-19 podem continuar produzindo anticorpos contra a doença ao longo da vida. O estudo analisou amostras de sangue e medula óssea dos pacientes. Os dados foram divulgados na última segunda-feira (24).
De acordo com os pesquisadores, surtos repetidos da doença provavelmente são incomuns, já que 11 meses após a infecção com sintomas leves os pacientes apresentavam células imunológicas capazes de fabricar anticorpos. Pesquisas feitas em 2020 indicavam que a quantidade de imunoglobulinas (células imunológicas) caía rapidamente após os voluntários serem infectados pelo coronavírus.
“É normal que os níveis de anticorpos diminuam após a infecção aguda, mas não chegam a zero; eles se estabilizam. Encontramos células produtoras de anticorpos em indivíduos 11 meses após os primeiros sintomas. Essas células viverão e produzirão anticorpos pelo resto da vida das pessoas", afirma Ali Ellebedy, coautor do estudo.
Resultado das amostras
O estudo contou com amostras de sangue de 77 voluntários, coletadas em intervalos de três meses a partir de um mês após a infecção pelo Sars-CoV-2. A maioria dos pacientes teve casos leves da doença, mas seis deles precisaram ser hospitalizados.
Os pesquisadores também coletaram amostras de medula óssea de 18 pessoas do grupo, entre sete e oito meses após a infecção. Depois de quatro meses, cinco participantes passaram por novas coletas. Os resultados mostraram, como era esperado, que os níveis de anticorpos no sangue dos voluntários com a doença caíram nos primeiros meses e se estabilizaram depois.
Durante a pesquisa foi verificado que havia células produtoras dos anticorpos em 15 das amostras de medula óssea de pessoas que tiveram a forma leve da infecção. Essas células responsáveis pela fabricação de anticorpos apareceram inclusive após quatro meses nas cinco pessoas que forneceram a segunda amostra de medula.
*Com informações do Diário de Pernambuco