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Depois de perder o pai para a Covid-19, menino entrega currículo na empresa em que ele trabalhava

A criança teve a ideia para ajudar a mãe e continuar perto dos amigos do pai.

Eduarda Cabral
Eduarda Cabral
Publicado em 03/06/2021 às 8:40
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FOTO: Reprodução

A história do pequeno Murilo Barbieri, de 5 anos de idade, repercutiu nas redes sociais nos últimos dias. O menino decidiu entregar um currículo na empresa onde seu pai, que morreu vítima da Covid-19, trabalhava como segurança, na cidade de São João da Boa Vista, em São Paulo.

A criança teve a ideia de ‘trabalhar para ajudar a mãe’ e tomou a atitude para ficar mais perto dos amigos do pai. Em entrevista, ele contou que brincar com as ferramentas do pai, Evaldo, que morreu aos 46 anos, é uma das formas de lembrar dele. “Está lá em cima [no céu]. Deve estar jogando bola ou babando no sol”, disse.

Após ser diagnosticado, Evaldo ficou 7 dias se sentindo mal em casa e apenas um dia internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). "No dia que ele internou, ele estava muito ruim e o Murilo chamou ele pela porta e falou: ‘Tchau, pai’. Ele não conseguiu olhar pra trás de tanta dor, de tão cansado que ele estava", contou a mãe de Murilo, Tatiana Barbieri Braselino.

"Quando ele estava no oxigênio ele falou: ‘poxa, eu nem falei tchau pro meu filho’. Eu falei: ‘mas vai dar tempo de voltar lá e dar tchau’. E não deu”, disse a dona de casa.A maior angústia da mãe era a de contar ao menino que o herói dele tinha ido para uma missão maior. “Jesus já veio buscar o papai e aí ele falou: ‘mas ele morreu?’ Eu falei: ‘nós não vamos ver mais ele agora, mas logo a gente vai encontrar ele, né? Ele chorou, me abraçou e eu falei: ‘mas você não tá sozinho’”, disse.

Murilo Barbieri perdeu o pai para a Covid-19
Murilo Barbieri perdeu o pai para a Covid-19
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Pedido de emprego

Dias após a morte do pai, Murilo fez um pedido inusitado. “Ele falou assim pra mim: ‘mãe, eu quero entregar um currículo na empresa do pai’. Aí, eu falei: ‘mas, filho, não tem como ir lá, né, agora eles tão trabalhando. Ele falou: ‘não, mas eu quero’. Ai eu fui fazendo pra ele, conforme ele foi falando e eu fui fazendo”, disse a mãe.

A mãe contou que, no currículo, ele escreveu que faz natação e ‘não fica cinco minutos parado’. Ele anexou também foto 3x4. “Coloquei num envelope que eu tinha e aí quando a gente foi no mercado antes a gente passou lá”.

No momento da entrega, ele encontrou com um dos colegas de trabalho do pai, o vigia Alan Fritoli Silva. “Eu fiz a ideia do currículo para trabalhar igual ao meu pai”, disse o garoto.

*Com informações do G1