Investigação

Polícia Civil confirma que corpo encontrado em Heliópolis é de PM desaparecido; Entenda o caso

Soldado da PM foi visto pela última vez no dia 29 de maio saindo de uma estação de metrô em direção à comunidade.

NE10 Interior
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Publicado em 06/06/2021 às 12:22
Reprodução/Arquivo pessoal
FOTO: Reprodução/Arquivo pessoal

Polícia Civil confirmou, neste domingo (6), que o corpo encontrado, no sábado (5), enterrado em um terreno em Heliópolis na Zona Sul da capital paulista, é do soldado da Polícia Militar (PM) Leandro Martins Patrocínio, de 30 anos, que estava desaparecido há uma semana.

Ele foi visto pela última vez no dia 29 de maio, quando câmeras de segurança gravaram ele saindo da Estação Sacomã do Metrô em direção à comunidade. Ele estava à paisana, sem uniforme. A morte de Leandro foi confirmada pelo Governador de São Paulo, João Doria.

A 5ª Delegacia de Investigações sobre Pessoas Desaparecidas, do DHPP, que antes investigava o desaparecimento do soldado, passou a apurar o caso agora como assassinato. De acordo com a investigação, Leandro teria sido sequestrado, torturado e morto por criminosos após ter sido identificado como policial pelos bandidos em um baile funk.

A causa da morte também não havia sido informada, pois depende do resultado do laudo necroscópico, que está sendo feito pelo Instituto Médico Legal (IML) da Polícia Técnico-Científica. Ele deveria ter ido trabalhar na madrugada do dia 30 de maio na Base Operacional da Polícia Rodoviária Estadual da PM, em São Bernardo do Campo, município da região metropolitana, mas não compareceu ao local.

Desaparecimento 

Leandro foi visto pela última vez na noite de sábado, após descer na estação Sacomã da linha 2-verde do metrô. Imagens de câmeras de segurança da região mostram o soldado caminhando a pé, sozinho, até entrar na favela de Heliópolis. 

O relógio que ele usava, foi reconhecido por familiares, após ter sido encontrado em um sobrado ao lado de uma casa noturna da comunidade. No imóvel havia uma corrente de ferro e manchas de sangue em um colchão. Também foram apreendidos no local materiais usados para armazenar drogas.

Há informações de que o sobrado onde estava o relógio do soldado foi usado como cativeiro. A casa noturna ao lado do imóvel seria de um integrante do PCC preso na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, reduto de homens do alto escalão da facção criminosa.

As investigações apontam que Leandro gastou R$ 12,00 no cartão e que pode ter ido a um baile funk antes de sumir. A Polícia Civil recebeu denúncias anônimas informando que o soldado foi enforcado e que o corpo havia sido enterrado em um terreno da Petrobras situado nas proximidades da favela Heliópolis. Policiais militares do Corpo de Bombeiros realizam há dois dias buscas no local à procura de Leandro.

Corpo encontrado em Heliópolis

A Polícia Militar encontrou um corpo num terreno da comunidade de Heliópolis, na Zona Sul da capital paulista, no sábado (5). De acordo com informações da polícia, na noite da sexta (4), uma cadela farejadora, que auxiliou nas buscas do soldado, marcou um local no terreno.

No sábado, com a ajuda de duas retroescavadeiras um corpo foi encontrado na mesma área indicada pela cadela.
As polícias Civil e Científica foram acionadas para que fossem realizados exames de identificação de digitais, DNA, e perícia.

A PM disse que o estado do corpo é compatível com o tempo que o soldado está desaparecido, e as roupas também batem com as que Leandro usava no último sábado: calça branca e moletom escuro. Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que as investigações prosseguem e que houve a identificação de mais um suspeito de envolvimento no desaparecimento do soldado.

Suspeitos 

Na sexta-feira (4) a Polícia Civil identificou dois suspeitos de participar do desaparecimento do soldado. Segundo a polícia, eles foram identificados a partir de impressões digitais deixadas numa casa na comunidade de Heliópolis, que teria sido usada como cativeiro.

A 5ª Delegacia de Investigações sobre Pessoas Desaparecidas, do Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), entrou na Justiça com um pedido de prisão temporária de 30 dias dos suspeitos.

No dia 31 de maio as Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), tropa de elite da PM, havia matado um outro suspeito após suposta troca de tiros em Heliópolis durante as buscas pelo soldado. Três suspeitos que fugiram seriam os mesmos identificados pela investigação. Uma arma de fogo e duas mochilas com drogas foram apreendidas no local.

*Com informações do G1 e UOL