Uma campanha nacional que coleta o DNA de familiares de pessoas desaparecidas, coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública em parceria com a Polícia Científica de Pernambuco, localizou um homem que estava desaparecido há mais de 30 anos. O homem vivia em situação de rua e era dado pela família como desaparecido e foi encontrado na cidade de Arcoverde, no Sertão.
O projeto desenvolvido pelo Ministério da Justiça, a Polícia Federal e governos estaduais vão usa a tecnologia para criar um banco de material genético que torne possível identificar desaparecidos em todo o Brasil. Francisco, como era conhecido, vivia há anos no centro da cidade de Arcoverde. Ele não tinha contato com os familiares nem documentos que comprovassem sua real identidade. Foi a partir daí que voluntários deram início a uma busca no Estado.
Com a campanha, a unidade da Polícia Científica do Sertão do Moxotó, em Arcoverde, coletou o DNA do homem e chegou até uma mulher moradora da cidade de Lajedo, no Agreste, que procurava um irmão desaparecido há mais de 30 anos chamado Cícero.
Através do material biológico coletado e encaminhado para o Instituto de Genética Florence, em Recife, a identidade de Cícero foi confirmada. Esta é a primeira vez que um cruzamento do mutirão identifica alguém vivo. Outras 23 famílias encontraram somente restos mortais de familiares falecidos.
Antes do reencontro
Francisco era bastante conhecido pelos moradores de Arcoverde. Após se desequilibrar e cair em junho deste ano, Francisco foi levado ao hospital de Arcoverde, onde passou por exames e foi identificado um deslocamento na clavícula. Após iniciar o tratamento para recuperação, ele foi convencido a mudar o visual e recebeu ajuda do CREAS. "Francisco aceitou ajuda e vai passar a ter um lar", disse a prefeitura por meio de nota na época.
Antes de reencontrar a família, o homem, que era morador de rua, recebeu ajuda de voluntários da cidade. Um deles foi o policial militar aposentado Carlos Lopes, que acompanhou de perto o homem e ofereceu assistência durante 17 anos.
Carlos contou que foi ele quem teve a iniciativa de levar Francisco para sua terra natal, Lajedo, e foi uma das pessoas que ajudou nas buscas pelos familiares do morador de rua. "A minha persistência começou há mais de 17 anos, mas sempre com aquele cuidado com ele. Um dia ele falou pra mim que era de Lajedo. Foi quando resolvemos procurar a família dele na cidade e encontramos a irmã", contou.
O PM disse ainda que depois do exame de DNA, quando ficou comprovado o parentesco, Francisco passou a morar com a família em Lajedo e ainda recebe visitas do amigo que cuidava dele enquanto estava nas ruas de Arcoverde.
*Com informações de Nildo Lucena, da Rádio Jornal Pesqueira