Avanços médicos

Cirurgiões transplantam rim de porco em humano com sucesso nos Estados Unidos

O ser humano que participou da cirurgia foi uma paciente com morte cerebral que ficou com o rim por três dias sem nenhum sintoma de rejeição

Bruna Padilha
Bruna Padilha
Publicado em 20/10/2021 às 14:53
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SÉRGIO BERNARDO/ACERVO JC IMAGEM
Imagem meramente ilustrativa - FOTO: SÉRGIO BERNARDO/ACERVO JC IMAGEM

Um rim de porco foi transplantado para um ser humano sem rejeição imediata do sistema imunológico da paciente pela primeira vez. Não se sabe quando a cirurgia foi feita, mas que foi no centro médico acadêmico de Nova York, Langone Health, nos Estados Unidos. Um grande avanço para ajudar na escassez de órgãos humanos para transplante.

Os pesquisadores afirmaram à Reuters que na operação foi utilizado um porco cujo os os genes foram alterados para que os tecidos não contivessem uma molécula que muitas vezes provoca uma rejeição quase imediata em humanos. A receptora foi uma paciente com morte cerebral com sinais de disfunção renal e que a família autorizou o experimento antes de retirar os equipamentos de suporte de vida.

O novo rim foi ligado às veias e artérias sanguíneas da receptora por três dias fora do seu corpo para acesso dos pesquisadores. Mesmo que não tenha sido implantado, os problemas dos xenotransplantes (de animais como porcos e primatas) ocorrem onde o sangue humano flui através dos vasos dos suínos, os resultados foram normais.

A creatina, que indica problema de função renal, voltou ao normal após a cirurgia e o órgão produziu uma quantidade de urina esperada para um rim transplantado.

Próximos passos

São pesquisas de décadas para evitar a rejeição imediata do corpo humano. De acordo com o médico responsável, esse experimento abre caminho para testes em pacientes com insuficiência renal em estágio terminal em um ano ou dois.

Como a pesquisa atual envolveu apenas um único transplante e o rim ficou apenas três dias, será necessário testes futuros para descobrir novas barreiras a serem superadas. Toda os pesquisadores trabalham com especialistas em ética médica, jurídicos e religiosos para que o processo seja examinado antes de solicitar uma família acesso temporário a um paciente com morte cerebral.

*Com informações da Reuters

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