REFORMA TRIBUTÁRIA

REFORMA TRIBUTÁRIA: O QUE MUDA? Cesta básica e feira no mercado ficam mais caras? Veja resumo e entenda proposta de reforma tributária

REFORMA TRIBUTÁRIA - Câmara dos Deputados deve votar proposta nesta semana; veja o que muda se texto for sancionado

Gabriel dos Santos
Gabriel dos Santos
Publicado em 03/07/2023 às 10:34 | Atualizado em 06/07/2023 às 8:24
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REFORMA TRIBUTÁRIA - O QUE MUDA? - FOTO: DIVULGAÇÃO

REFORMA TRIBUTÁRIA - A Câmara dos Deputados deve votar ainda nesta semana a Proposta de Emenda à Constituição que deve modificar regras tributárias no país.

A pauta é considerada uma das mais importantes para o presidente Lula e para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Em resumo, de acordo com os apoiadores da proposta, a reforma tributária vai modernizar o sistema, criando um imposto único, para reunir várias outras contribuições existentes hoje em dia.

Por outro lado, críticos alertam que a reforma tributária poderá deixar cesta básica mais cara. Cigarros e bebidas alcoólicas também podem receber novos valores. Confira abaixo o que muda se a reforma tributária for aprovada.

REFORMA TRIBUTÁRIA: O QUE MUDA?

A primeira mudança - e a mais divulgada pelos apoiadores - é relacionada à simplificação do pagamento de tributos, em especial por parte de empresas.

Se a reforma tributária for aprovada, cinco tributos (PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS) serão substituídos por apenas um, o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS).

"Segundo relatório o Banco Mundial (Doing Business 2019), uma empresa brasileira leva 1.958 horas para pagar tributos. O segundo colocado, Bolívia, leva 1.025 horas. E a média de 190 países pesquisados é de 206 horas", diz o site da Câmara dos Deputados.

A TV Câmara produziu um vídeo explicando a PEC:

CARACTERÍSTICAS DO IBS

  • terá caráter nacional, com alíquota formada pela soma das alíquotas federal, estaduais e municipais;
  • estados e municípios determinam suas alíquotas por lei
  • incidirá sobre base ampla de bens, serviços e direitos, tributando todas as utilidades destinadas ao consumo
  • será cobrado em todas as etapas de produção e comercialização
  • será não-cumulativo
  • contará com mecanismo para devolução dos créditos acumulados pelos exportadores
  • será assegurado crédito instantâneo ao imposto pago na aquisição de bens de capital
  • incidirá em qualquer operação de importação (para consumo final ou como insumo)
  • nas operações interestaduais e intermunicipais, pertencerá ao estado e ao município de destino

Imposto para cigarro e bebida alcoólica

Além disso, a nova regra vai criar o Imposto Seletivo Federal, que incidirá sobre bens e serviços cujo consumo se deseja desestimular, como cigarros e bebidas alcoólicas.

Transição durará 10 anos

"A transição tributária será em duas fases. Haverá um período de teste por dois anos com redução da Cofins (sem impacto para estados e municípios) e IBS de 1%. Depois, a cada ano as alíquotas serão reduzidas em 1/8 por ano até a extinção e a do IBS aumentada para repor a arrecadação anterior", diz nota divulgada no site da Câmara dos Deputados. No total, a transição durará 10 anos.

CESTA BÁSICA FICA MAIS CARA?

No dia 1º de julho, a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) apresentou um estudo no qual prevê que, com a reforma tributária do jeito que está desenhada, produtos da cesta básica sofreriam um aumento de 59,83%. As informações são do G1.

Entretanto, segundo o secretário extraordinário da reforma tributária, Bernard Appy, a previsão feita pelos mercados não levou em consideração a redução de custos através de créditos tributários aos quais os estabelecimentos terão acesso, se houver a reforma na legislação.

"A conta que eles trouxeram está errada", disse Appy. "Eu tenho certeza de que o número que foi trazido aqui é um número claramente superestimado".

"Na verdade, a reforma tributária muda o desenho do sistema tributário brasileiro e ela tem vários efeitos. Eles pegaram uma parte dos efeitos sobre um pedaço da cadeia, que é a venda, e não consideraram todos os outros efeitos", afirmou Appy.

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