POLÍTICA

Weintraub e ex-assessor são punidos pela Comissão da Presidência após gesto racista

O gesto, que é associado a supremacistas brancos nos Estados Unidos, foi exibido pela TV Senado e gerou reações dos parlamentares

Vitória Floro
Vitória Floro
Publicado em 05/07/2023 às 10:14
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MARCOS CORREA/PR
Weintraub era integrante da chamada ala ideológica do governo - FOTO: MARCOS CORREA/PR

Na última reunião da Comissão de Ética Pública (CEP) da Presidência da República, realizada na quinta-feira, dia 29, foram aplicadas punições a dois seguidores do escritor Olavo de Carvalho durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

O ex-assessor especial Filipe Martins recebeu uma censura ética por ter feito um gesto considerado preconceituoso, racista e desrespeitoso contra grupos étnicos durante uma sessão no Senado Federal em março de 2021.

O gesto, que é associado a supremacistas brancos nos Estados Unidos, foi exibido pela TV Senado e gerou reações dos parlamentares. Martins alegou que estava apenas ajustando a lapela do seu terno.

Abraham Weintraub, ex-ministro da Educação e também seguidor de Olavo de Carvalho, foi punido novamente pela Comissão de Ética Pública por ter proferido ofensas contra o educador Paulo Freire e por atacar autoridades e instituições de ensino superior.

Weintraub já havia chamado Paulo Freire de "feio e fraco" e o comparou à ex-presidente Dilma Rousseff, afirmando que ambos eram "energúmenos". Essa é a sétima punição recebida por Weintraub, o que o torna o recordista nesse aspecto. Nas redes sociais, ele provocou ao questionar se estava sendo punido por falar a verdade.

Vale ressaltar que a censura ética é a única penalidade que pode ser aplicada a um ex-servidor, consistindo na manutenção do registro de censura nos registros funcionais da pessoa por três anos. Isso pode influenciar futuras contratações ou promoções no serviço público, funcionando como uma mancha no currículo.

Além das punições a Weintraub e Martins, a Comissão de Ética arquivou processos contra o ex-ministro Onyx Lorenzoni por supostas ameaças ao ex-deputado federal Luís Miranda, e contra o ex-diretor-presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) por nomear seu sócio.

O órgão também abriu um processo de investigação contra o senador e ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, devido a uma suposta conduta antiética ao intermediar a compra de vacinas durante a pandemia.

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