O sindicato que representa os atores de Hollywood (SAG-AFTRA, na sigla em inglês) anunciou que a categoria entra em greve a partir da meia-noite desta quinta-feira (no horário de Los Angeles, o mesmo que 4h da manhã, em Brasília).
Com essa decisão, grande parte dos seus 160 mil membros se junta aos roteiristas, em greve desde maio, na maior paralisação que já aconteceu no entretenimento americano desde a década de 1960.
Em coletiva de imprensa, a presidente do SAG, Fran Drescher, e o líder das negociações, Duncan Crabtree-Ireland, falaram sobre a decisão.
Segundo eles, alguns membros, como atores de comerciais ou de audiolivros, ainda podem manter suas atividades.
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Quando empregadores fazem de Wall Street e da ganância suas prioridades e esquecem dos contribuidores essenciais que fazem a máquina funcionar, nós temos um problema, e estamos vivendo isso neste momentoFran Dresche
"Este é um momento muito seminal para nós. Comecei pensando seriamente que poderíamos evitar uma greve. A gravidade dessa mudança não passou despercebida por mim ou por nosso comitê de negociação, ou por nossos membros do conselho, que votaram unanimemente para prosseguir com uma greve. É uma coisa muito séria que afeta milhares, senão milhões de pessoas em todo o país e ao redor do mundo", continuou.
Com 160 mil membros, o Sindicato dos Atores anunciou, em comunicado na noite de terça-feira (11), que não confiava que os empresários teriam intenção de negociar um acordo.
Em junho, a organização já tinha votado e aprovado a realização de uma greve em caso de fracasso nas negociações.
As negociações reivindicam melhores salários e outros benefícios, além de definir o uso da inteligência artificial na produção de filmes e programas de televisão, para garantir que suas imagens digitais não sejam recriadas sem autorização.
Posicionamento dos estúdios
Em comunicado emitido após anúncio da greve, a Aliança dos Produtores de Filmes e Televisão (AMPTP, na sigla em inglês) afirmou que o SAG recusou diversas propostas.
Entre elas, aumentos em pagamentos mínimos e residuais de exibições internacionais e uma "proposta inovadora de inteligência artificial que protege as imagens digitais dos artistas, incluindo a exigência de consentimento do artista para a criação e uso de réplicas digitais ou para alterações digitais de uma performance".
Crabtree-Ireland, no entanto, refutou a versão dos representantes dos estúdios.
"Eles propuseram que nossos figurantes pudessem ser digitalizados, recebessem o salário por um dia de trabalho, e suas empresas possuiriam essa digitalização, sua imagem, e poderiam usá-la pelo resto da eternidade em qualquer projeto que desejassem. Sem consentimento e sem compensação."
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Quando empregadores fazem de Wall Street e da ganância suas prioridades e esquecem dos contribuidores essenciais que fazem a máquina funcionar, nós temos um problema, e estamos vivendo isso neste momento
Fran Dresche
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