Política

'8 de Janeiro' evitado? Documento secreto revela que Governo Lula ignorou protocolo de defesa do Palácio do Planalto

Protocolo de defesa foi ignorado pelo Governo Lula, informa documento

Fernanda Cysneiros
Fernanda Cysneiros
Publicado em 01/08/2023 às 8:33 | Atualizado em 01/08/2023 às 9:58
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SILVIO AVILA / AFP
Governo Lula bloqueia verba de R$ 750 milhões? Entenda - FOTO: SILVIO AVILA / AFP

O Governo Lula teria ignorado um protocolo de defesa, que deveria ter sido acionado no episódio do dia 8 de janeiro. É o que informa um documento do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência.

Com elevado grau de sigilo após as depredações, com segredo de 15 anos, o Plano Escudo determina os procedimentos que o GSI deve adotar em situações de risco ao Palácio do Planalto.

De acordo com o colunista Paulo Cappelli, do portal Metrópoles, que teve acesso ao protocolo, constatou-se uma negligência das diretrizes de segurança por parte do Governo.

Em nota enviada ao portal, o GSI da Presidência se manifestou:

"O GSI informa que o Plano Escudo é documento operacional que possui classificação sigilosa e que os eventos relacionados ao dia 8 de Janeiro foram objeto de uma sindicância investigativa, cujos autos foram encaminhados ao STF, no âmbito do inquérito conduzido por aquela Corte", diz.

Plano Escudo

O Plano Escudo estipula, em um dos principais pontos, a atuação conjunta das tropas de choque do Batalhão da Guarda Presidencial (BGP), do Batalhão de Polícia do Exército (BPE) e do 1º Regimento de Cavalarias de Guardas do Exército (1RCG).

No entanto, no dia 8 de janeiro, apenas o BGP estava de prontidão quando o Palácio do Planalto foi invadido por manifestantes bolsonaristas.

Além disso, o plano de defesa determina a formação de quatro barreiras de contenção para evitar o acesso de invasores ao Planalto. As chamadas "linha branca" e "linha verde" (compostas por policiais militares do Distrito Federal); "linha azul" e "linha vermelha" - que serviriam como barreiras na calçada e porta do Planalto e não estavam formadas no 8 de Janeiro, como relatou o major do GSI José Eduardo Natale.

O major Natale contou à Polícia Federal que as duas linhas de proteção da PM já haviam sido rompidas quando o Exército chegou. E que, por conta do grande número de manifestantes, a terceira linha também foi "rapidamente rompida".

Por fim, o Protocolo também afirma que, após o acionamento, todos os batalhões devem estar de prontidão em tempo médio de 25 minutos. 

General admite falha

Anteriormente, em depoimento à CPI do DF, a falha na segurança do Palácio já havia sido admitida pelo próprio general Gonçalves Dias, chefe do GSI do Governo Lula.

“O general (do GSI) Carlos Penteado foi ao meu encontro. Perguntei a ele por que o bloqueio da frente do Palácio do Planalto, que deveria ter sido feito pela Polícia Militar do Distrito Federal, não havia sido montado. Aquele era o bloqueio do Plano Escudo do Planalto e tinha de estar montado”, contou Dias.

Relembre o "8 de Janeiro"

Imagens de terror denunciaram uma invasão em Brasília por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no dia 8 de janeiro.

Os prédios dos três poderes - Palácio do Planalto, Congresso Nacional e STF (Supremo Tribunal Federal) - foram alvos da invasão bolsonarista.

As forças de segurança do DF não contiveram os bolsonaristas, que invadiram e depredaram o Congresso, o Palácio do Planalto e o prédio do STF.

A Polícia, então, foi acusada de omissão, uma vez que policiais foram vistos despreocupados no momento da invasão.

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