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Diretor de filme diminui efeitos da escravidão no Brasil: "todos viviam felizes"

Comentário foi feito durante mostra de documentário sobre a monarquia no Brasi

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Vitória Floro

Publicado em 23/08/2023 às 10:09
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Um evento ocorrido na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) celebrou o período monárquico no Brasil e apresentou uma perspectiva ambígua em relação à escravidão perante alunos de duas escolas públicas em Ceilândia. Com um viés político-ideológico, a cerimônia tinha como intuito a exibição do documentário intitulado "A Jornada dos Príncipes (1822-2022)".

Em resposta a questionamentos dos estudantes presentes, o diretor do filme, Malcolm Forest, chegou a afirmar que, naquela época histórica, "havia muita gente de origem humilde, havia os escravizados", mas "todos viviam com alegria".

O evento de exibição do documentário teve lugar na noite da última segunda-feira (21/8). Foi concebido pela deputada distrital Paula Belmonte (Cidadania), que convidou alunos e professores do Centro de Ensino Fundamental (CEF) 31 e do Centro Educacional (CED 15), além do deputado federal Luiz Philippe de Orléans e Bragança (PL/SP), entre outros participantes.

A solenidade na segunda-feira não escondeu sua natureza política. O filme, que recebeu financiamento público de R$ 321 mil da Secretaria Nacional do Audiovisual, vinculada ao Ministério do Turismo, apresenta agradecimentos à deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e adota uma visão positiva do período monárquico no Brasil.

Após a exibição, uma estudante previamente selecionada pelos organizadores do evento fez um discurso com afirmações como "estamos sob a tutela do MEC [Ministério da Educação]" e "há certa distorção" nas escolas. A aluna concluiu sua intervenção aconselhando seus colegas: "Teremos de buscar a verdade por nós mesmos".

Em outro momento, durante a sessão de perguntas, uma outra espectadora indagou o diretor do filme sobre a forma como a sociedade vivia na época da monarquia no Brasil.

Malcolm respondeu à estudante afirmando que a população demonstrava alegria, mesmo enfrentando desafios.

“Tínhamos classes sociais. Havia gente muito pobre, havia os escravos e havia uma pequena classe que seria chamada hoje de classe média. Eu não sou a pessoa mais adequada para comentar sobre esse aspecto, mas todos viviam alegres, embora sofrendo muito”, disse o diretor do documentário.

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