PCDF realiza operação contra fraude financeira e tem Jair Renan, filho de Bolsonaro, como alvo
Ação, batizada de Operação Nexum, também prendeu Maciel Carvalho
Jair Renan, conhecido como "Filho 04" do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), é alvo de uma operação de busca e apreensão realizada pela Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Ordem Tributária (Dot/Decor) nesta quinta-feira (24/8).
A operação, nomeada Operação Nexum, também abrange outros quatro mandados de busca e apreensão, assim como dois de prisão preventiva, envolvendo acusações de crimes contra a fé pública e associação criminosa, além de delitos causando prejuízo ao erário do Distrito Federal.
O indivíduo central desta ação policial e responsável pelo esquema é Maciel Carvalho (imagem abaixo), de 41 anos.
Ele havia sido empresário de Jair Renan e tem um histórico criminal com registros de falsificação de documentos, estelionato, formação de quadrilha, peculato, lavagem de dinheiro, corrupção ativa, uso de documentos falsos e disparo de arma de fogo.
Neste ano, Maciel Carvalho já esteve envolvido em duas operações realizadas pela Polícia Civil do Distrito Federal. A primeira, denominada "Succedere" da Dot/Decor, investigou crimes tributários praticados por uma organização criminosa especializada na emissão ilegal de notas fiscais.
A segunda, "Falso Coach", realizada pela Coordenação de Repressão ao Crime Contra o Consumidor, a Propriedade Imaterial e a Fraudes (Corf), apurou o uso de documentos falsificados para o registro e comércio de armas de fogo, bem como a promoção de cursos e treinamentos de tiro por meio de uma empresa em nome de um intermediário, tendo Maciel Carvalho sido preso em flagrante nessa operação por posse irregular de arma de fogo.
Esta nova investigação é decorrente dos materiais apreendidos nas operações anteriores. A partir desses materiais, a Dot iniciou uma nova investigação que revelou um esquema de fraudes englobando crimes como estelionato, falsificação de documentos, evasão fiscal e lavagem de dinheiro, todos visando proteger o patrimônio dos envolvidos.
Uso de laranjas
A investigação identificou uma associação criminosa que utiliza uma tática de inserir um terceiro, também conhecido como "testa de ferro" ou "laranja", para mascarar a real propriedade de empresas de fachada ou empresas fictícias.
Essas empresas são utilizadas pelo alvo principal e seus cúmplices para obter vantagens econômicas indevidas.
De acordo com as evidências coletadas, o principal suspeito e um de seus comparsas criaram a falsa identidade de Antônio Amâncio Alves Mandarrari.
Essa identidade falsa foi usada para abrir contas bancárias e aparecer como proprietário de entidades jurídicas, atuando como "laranja".
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Os agentes da Polícia Civil descobriram que os suspeitos fabricam registros de faturamento e outros documentos relacionados às empresas investigadas.
Para isso, utilizam informações de contadores sem a devida autorização, inserindo declarações falsas com o objetivo de distorcer a verdade sobre fatos juridicamente relevantes.
Além disso, foram identificadas transações financeiras suspeitas entre os envolvidos, inclusive com indícios de transferências de valores para o exterior.
Os mandados de busca e apreensão foram executados no Distrito Federal e em Santa Catarina. No Distrito Federal, as ordens foram cumpridas em Águas Claras e no Sudoeste, visando ao alvo principal e a dois cúmplices, sendo um deles um intermediário utilizado pelo grupo para representar a propriedade das empresas.
Adicionalmente, foram realizados cumprimentos de mandados na Asa Sul, em um endereço que abriga uma empresa ligada ao principal suspeito, bem como outra relacionada a um dos demais envolvidos, que também foi alvo de busca em sua residência situada em Balneário Camboriú (SC).