A relatora da CPI dos Atos Golpistas, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), confirmou durante a sessão desta terça-feira (29) a existência de um planejamento da Polícia Militar do Distrito Federal para que o esquema de segurança no dia 8 de janeiro desse "errado".
A declaração de Eliziane Gama aconteceu após o ex-comandante da PM-DF Fábio Augusto Vieira comunicar ao plenário da CPI que ficaria em silêncio durante o depoimento.
De acordo com a relatora, informações obtidas pela CPI revelam que parte do efetivo destacado para a segurança no 8 de janeiro ficou abaixo do planejado e que os policiais enviados à Esplanada dos Ministérios eram alunos do curso de formação.
"Se colocou um baixo efetivo, um baixo efetivo sem condições técnicas suficientes para isso e, ainda sem comando. Ou seja, não tinha como dar certo. Foi planejado, simplesmente, para dar errado", afirmou a senadora.
Durante a segunda-feira (28), ao ser acionado pela defesa de Fabio Augusto, o ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal, autorizou o ex-comandante da PM-DF a ficar em silêncio e não ser submetido ao compromisso com a verdade.
Por isso, o coronel comunicou ao plenário que ficaria em silêncio durante o depoimento à comissão. Questionado pelo presidente da CPI, deputado Arthur Maia (União-BA), se iria se comprometer a dizer a verdade, ele respondeu que não.
O militar fez apenas uma fala de abertura na sessão, destacando que orientou as tropas da PM-DF a respeitarem as urnas e a garantirem a transição democrática de governo, acrescentando que os vândalos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro são "terroristas".
"Fiquei consternado ao ver vândalos, verdadeiros terroristas, depredando prédios públicos e patrimônios histórico e atacando instituições de nosso país, que sempre protegi com muita dedicação. Jamais compactuei, assenti, participei ou permiti que atacassem nosso Estado Democrático de Direito", afirmou em sua fala de abertura.