Coaf investiga suspeita de lavagem de dinheiro em movimentações de Zambelli
Relatório enviado pelo Coaf à CPMI do 8 de Janeiro aponta "suspeita de lavagem de dinheiro" de Carla Zambelli por meio de conta Paypal
O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) identificou indícios de "lavagem de dinheiro" em transações realizadas pela deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), de acordo com um Relatório de Inteligência Financeira (RIF) enviado ao Congresso Nacional na semana passada. O documento foi obtido pela imprensa.
Segundo o relatório, a suspeita de lavagem de dinheiro está relacionada a movimentações em uma conta pessoal da deputada no PayPal, onde ela recebeu doações do movimento "Nas Ruas", do qual é fundadora.
O PayPal é uma plataforma que possibilita transações financeiras nacionais e internacionais, funcionando como uma carteira digital.
O Coaf apontou que os recursos recebidos por Carla Zambelli em sua conta PayPal foram posteriormente transferidos para sua conta pessoal no banco Itaú.
O relatório destacou que a utilização da conta PayPal para receber doações em nome de uma associação, da qual a deputada é fundadora, levantou suspeitas de que os fundos estavam sendo movimentados em nome de terceiros, o que poderia indicar lavagem de dinheiro.
O período das movimentações na conta PayPal mencionadas pelo Coaf abrangeu de 3 de fevereiro de 2017 a 1º de julho de 2019, que incluiu a primeira campanha de Carla Zambelli para o cargo de deputada federal em 2018.
Durante esse período, as transações nacionais na conta PayPal da deputada totalizaram R$ 197,8 mil, enquanto as transações internacionais somaram R$ 683.
O relatório do Coaf foi enviado à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8/1 em resposta a um pedido da senadora Eliziane Gama (PSD-MA), que atua como relatora da comissão.
A solicitação foi feita após notícias sugerirem que a deputada teria efetuado pagamentos ao hacker Walter Delgatti. A investigação sobre essas movimentações financeiras continua em curso.
O que diz Zambelli
Em resposta às alegações, a deputada Carla Zambelli afirmou que as doações que recebeu foram feitas diretamente a ela como pessoa física. Ela destacou que qualquer pessoa tem o direito de receber doações financeiras, e no seu caso, essas doações foram feitas a título pessoal.
A deputada também esclareceu que não utilizou sua conta PayPal por um longo período e que não está mais à frente do movimento "Nas Ruas" desde 2017, quando transferiu a liderança para o empresário Tomé Abduch.
Zambelli questionou o vazamento das informações e sugeriu que isso parece ser uma tentativa de desestabilizá-la e prejudicá-la.
Ela também levantou a questão de por que as alegações não foram investigadas quando seu sigilo foi quebrado anteriormente, enfatizando a necessidade de um processo justo e transparente na apuração dessas alegações.