CIÊNCIA

Feito inédito: cientistas conseguem criar rim 60% humanos cultivado dentro de porcos

Pesquisa é vista como uma esperança para aliviar as filas de transplante sem depender de doadores humanos

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Cadastrado por

Amanda Marques

Publicado em 08/09/2023 às 10:48
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Um feito inédito tem marcado pesquisadores da Universidade Wuyi, na China, que conseguiram desenvolver rins humanos, tanto dentro do laboratório quanto em porcos. 

A pesquisa, publicada na revista Cell Stem Cell, é vista pelos cientistas como uma expectativa para reduzir as filas de transplante sem precisar necessariamente de doares humanos. De acordo com os pesquisadores, os porcos são um alvo importante por ter semelhanças na fisiologia e no tamanho dos órgãos

"Órgãos de ratazanas já foram produzidos em camundongos e vice-versa. As tentativas anteriores de cultivar órgãos humanos em porcos não tiveram sucesso, mas nossa abordagem melhora a integração das células humanas nos tecidos receptores”, afirma o pesquisador Liangxue Lai, segundo o Metrópoles.

Rim humano desenvolvido em porcos

No estudo realizado, os pesquisadores usaram de células-tronco de humanos , que podem se transformar em qualquer célula do corpo, e as adicionaram em embriões de porco.

“Para produzir células humanas com competitividade intra-nicho superior, combinamos condições otimizadas de cultura de células-tronco pluripotentes com a superexpressão induzível de dois genes pró-sobrevivência (MYCN e BCL2)”, disseram os autores do estudo no artigo científico.

O resultado desenvolveu embriões com rins semelhantes aos de humanos. Os embriões foram implantados em mães porcas, onde se desenvolveram durante 28 dias antes de serem retirados para uma análise maior. 

Cinco embriões desenvolveram rins normais, com até 60% de células humanos. A expectativa dos cientistas é de que em breve será possível desenvolver rins totalmente humanos. 

“Nossas descobertas demonstram a prova de princípio da possibilidade de gerar um órgão primordial humanizado em porcos com deficiência de organogênese, abrindo um caminho excitante para a medicina regenerativa e uma janela para estudar o desenvolvimento renal humano”, afirmaram os cientistas. 

*Com informações do site Metrópoles

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