POLÍTICA

Dores no quadril alteram planos de viagem de Lula; cuidados com deslocamento do presidente são adotados

O presidente começou a manifestar desconfortos nas pernas, resultando em uma meticulosa contagem de seus passos por parte da equipe de preparação da viagem

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Vitória Floro

Publicado em 19/09/2023 às 10:05 | Atualizado em 19/09/2023 às 11:51
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Às vésperas de submeter-se a uma cirurgia no quadril, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, alterou sua rotina quando em viagens internacionais.

Durante suas mais recentes saídas do país, Lula optou por reduzir os deslocamentos, evitou compromissos no exterior que fossem considerados imprescindíveis e preferiu receber visitantes diretamente em seu hotel.

O presidente começou a manifestar desconfortos nas pernas, resultando em uma meticulosa contagem de seus passos por parte da equipe de preparação da viagem.

Esta equipe é composta por diplomatas locais, uma equipe avançada e membros do cerimonial do Palácio do Planalto.

Tais precauções tornaram-se necessárias visto que o presidente não reduziu seu ritmo de viagens internacionais, algo que ele planeja fazer apenas após a cirurgia no quadril, marcada para o dia 29 de setembro.

A intervenção cirúrgica pela qual Lula passará é conhecida como artroplastia e tem como objetivo tratar a artrose na cabeça do fêmur, condição que tem causado dores devido ao desgaste da cartilagem, resultando em atrito direto entre os ossos e inflamação local.

Durante a cirurgia, o presidente receberá uma prótese de silicone, após já ter passado por pelo menos duas infiltrações no quadril, procedimentos invasivos realizados com o intuito de aliviar as dores.

Havana e o G-77

Lula embarcou rumo a Havana, Cuba, onde participará de uma reunião do G-77 com a China, uma coalizão que reúne países em desenvolvimento. Além disso, o ex-presidente brasileiro tem agendada uma reunião com o líder cubano, Miguel Díaz-Canel, para discutir a renegociação da dívida de Cuba com o Brasil.

Após sua estadia em Havana, Lula seguirá para Nova York, onde participará da Assembleia Geral das Nações Unidas, e também terá agendas de governo com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.

Vale destacar que o presidente adiou uma visita ao México, onde estava previsto um encontro formal com o aliado Andrés Manuel López Obrador, o presidente mexicano.

Essas serão as últimas viagens de Lula antes de passar pela cirurgia. Após o procedimento, ele dará início a um tratamento fisioterapêutico e deverá evitar viagens internacionais por aproximadamente dois meses.

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Cuidados na Índia

A equipe do governo brasileiro tomou precauções especiais durante a passagem do ex-presidente Lula por Nova Délhi, que ocorreu e foi encerrada na segunda-feira passada. Ao chegar ao Bharat Mandapam, local da cúpula de líderes, Lula foi conduzido por um tapete vermelho até o primeiro-ministro Narendra Modi, o anfitrião do evento.

A primeira-dama Rosângela da Silva, conhecida como Janja, acompanhou-o durante esse trajeto, que envolveu aproximadamente 120 passos.

A preparação para esses momentos, que incluíram a participação no G-20 e uma visita ao Raj Gath, onde repousam as cinzas de Mahatma Gandhi, gerou preocupação na equipe diplomática devido à necessidade de Lula caminhar mais e, em alguns casos, descer escadas.

No Taj Palace Hotel, os diplomatas cuidadosamente selecionaram um quarto que permitisse ao presidente o acesso sem a necessidade de subir as escadas do hall de entrada, visando garantir seu conforto e bem-estar durante a estadia.

Desconforto levou a adaptar cerimônias em Angola

Durante sua viagem à África, Lula enfrentou momentos de desconforto e expressou queixas de dores. Em Angola, no mês passado, as cerimônias foram adaptadas para minimizar qualquer desconforto ou desgaste para o ex-presidente.

Os primeiros compromissos de Lula ocorreram no Palácio Presidencial em Luanda, onde ele discursou em três ocasiões.

Durante parte dessas três cerimônias iniciais, Lula permaneceu sentado. Isso também aconteceu após seu desfile perante as tropas das Forças Armadas e sua visita ao mausoléu do ex-presidente António Agostinho Neto.

Segundo informações da Presidência de Angola, o cerimonial típico do país foi adaptado para atender às necessidades específicas de Lula.

Durante a cerimônia de assinatura de acordos entre ministros, tanto ele quanto o presidente João Lourenço permaneceram sentados.

Cabe destacar que o protocolo usual envolveria os presidentes ficarem em pé e proferirem breves discursos, seguidos por respostas a duas perguntas da imprensa brasileira e duas da imprensa angolana.

No entanto, essa fase de questionamentos dos jornalistas foi eliminada da programação a pedido do governo brasileiro, com o objetivo de reduzir o tempo que Lula precisaria permanecer em pé.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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