POLÍTICA

CPMI do 8 de janeiro interroga o ex-ministro do GSI de Bolsonaro, general Augusto Heleno, nesta terça-feira (26)

A CPMI recebeu uma série de requerimentos solicitando a presença do militar para ser ouvido pelo colegiado

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Vitória Floro

Publicado em 26/09/2023 às 10:08 | Atualizado em 25/10/2023 às 7:35
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O ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do governo Jair Bolsonaro, o general Augusto Heleno, recebeu uma convocação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro para prestar depoimento na próxima terça-feira (26) às 9h.

A CPMI recebeu uma série de requerimentos solicitando a presença do militar para ser ouvido pelo colegiado, que está investigando os eventos de 8 de janeiro de 2023, que resultaram na invasão das sedes dos três poderes da República.

A senadora Eliziane Gama (PSD-MA), relatora da comissão, justificou a convocação afirmando que o general "trará informações de grande relevância para o avanço dos nossos futuros trabalhos nesta comissão".

A senadora Ana Paula Lobato (PSB-MA), também autora de um dos requerimentos de convocação, argumentou que é essencial que o ex-ministro de Segurança Institucional "esclareça, entre outras coisas, seu envolvimento direto ou indireto em eventos que possam estar relacionados à tentativa de golpe ocorrida em 8 de janeiro de 2023".

Deputados como Rubens Pereira Júnior (PT-MA) e Rogério Correia (PT-MG) também apresentaram requerimentos para a convocação de Augusto Heleno.

Eles mencionaram uma investigação da Agência Pública que "revelou que, entre os dias 1º de novembro e 31 de dezembro de 2022, o GSI, então chefiado pelo general Augusto Heleno, recebeu várias pessoas envolvidas com os eventos, incluindo 'um dos golpistas presos em flagrante após a invasão às sedes dos Três Poderes'".

Vários outros parlamentares, tanto senadores quanto deputados, também apresentaram requerimentos pedindo a convocação do general para prestar esclarecimentos diante da CPMI do 8 de Janeiro.

Jair Bolsonaro pode ser convocado?

O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), o deputado Arthur Maia (União-BA), confirmou que a próxima reunião terá uma parte dedicada às deliberações. Ele explicou que a intenção é tentar votar em bloco os requerimentos de convocação, com base em um possível acordo.

Arthur Maia negou categoricamente que entre os requerimentos esteja o de convocação do ex-presidente Jair Bolsonaro. O deputado reconheceu as dificuldades de dar voz a todos aqueles que tanto a base do governo quanto a oposição desejam convocar para depor.

"É possível que ocorram algumas alterações na lista de requerimentos. Estamos buscando um consenso: ou a CPMI ouve representantes de ambos os lados, ou não ouve ninguém", afirmou Arthur Maia durante uma entrevista coletiva.

Por sua vez, a senadora Eliziane Gama lamentou a possibilidade de sua proposta de acareação entre o ex-presidente Bolsonaro e seu ex-auxiliar de ordens Mauro Cid não ser aprovada.

A relatora reconheceu que a decisão sobre a votação dos requerimentos cabe ao presidente Arthur Maia e destacou que a CPMI está atenta a novas denúncias e possibilidades de delações.

Segundo a senadora, a CPMI tem a prerrogativa de solicitar o indiciamento de algumas pessoas, mesmo que elas optem por não comparecer à comissão. "Estamos acompanhando de perto os fatos que estão emergindo e devemos permanecer vigilantes", afirmou a senadora.

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