Após Lula (PT) declarar em uma coletiva de imprensa a necessidade de discutir uma forma de reparar Dilma Rousseff (PT), afirmando que a perda do mandato da ex-presidente foi um golpe de estado, 41 deputados assinaram seu mais recente pedido de impeachment.
Dentre esses deputados, destacam-se cinco parlamentares afiliados a partidos da base governista, incluindo o MDB, PSD e União Brasil, os quais lideram um total de oito ministérios no governo.
A iniciativa foi liderada pelo bolsonarista Sanderson (PL-RS) como reação às declarações de Lula durante o último final de semana, quando estava em Angola. Na sexta-feira, ele afirmou que o Brasil devia desculpas a sua correligionária:
"O fato de a presidente Dilma ter sido absolvida pelo Tribunal Federal de Brasília demonstra que o Brasil deve desculpas à presidente Dilma, porque ela foi cassada de forma injusta", declarou Lula.
No sábado, ele também enfatizou a necessidade de encontrar alguma forma de reparar Dilma. Desde segunda-feira, um projeto de lei está em tramitação no Congresso, visando simbolicamente restaurar o mandato de Dilma e anular as sessões de 2016, quando a ex-presidente foi destituída.
O impasse com a oposição acabou por afetar parlamentares que, mesmo pertencendo à base de Lula, assinaram o documento.
Entre eles, Sargento Fahur (PSD-PR), Rodrigo Valadares (União-SE), Delegado Palumbo (MDB-SP), Coronel Assis (União-MT) e Osmar Terra (MDB-RS).
Vale ressaltar que esses deputados são membros de partidos que ocupam cargos no alto escalão do governo. O MDB, por exemplo, lidera ministérios como Transportes (Renan Filho), Planejamento (Simone Tebet) e Cidades (Jader Filho).
O PSD tem três pastas sob seu comando: Agricultura (Carlos Fávaro), Pesca (André de Paula) e Minas e Energia (Alexandre Silveira).
O partido União Brasil também possui representação no governo, com Celso Sabino (Turismo) e Juscelino Filho (Comunicações) ocupando cargos de destaque.