CRIME

Médico sobrevivente foi atingido por 14 tiros e submetido a cirurgia de 10 horas

O médico Daniel Sonnewend Proença, 32, foi o único sobrevivente do ataque armado a profissionais de saúde na Barra da Tijuca, no RJ

Imagem do autor
Cadastrado por

Vitória Floro

Publicado em 06/10/2023 às 9:20 | Atualizado em 06/10/2023 às 9:23
Notícia
X

O ortopedista Daniel Sonnewend Proença, de 32 anos, é o único sobrevivente de um grupo de quatro médicos que viajavam para o Rio de Janeiro e foram alvejados. Ele passou por uma cirurgia extensa de quase 10 horas no Hospital Municipal Lourenço Jorge, após ter sido atingido por 14 tiros que resultaram em 24 perfurações em seu corpo.

Embora dois dos tiros tenham sido de raspão, os demais acertaram áreas críticas, incluindo tórax, intestino, pélvis, mão, pernas e pé. A lesão mais grave ocorreu no intestino, atingindo uma artéria. Surpreendentemente, Proença encontra-se em estado estável e foi transferido para um hospital particular, conforme informações do jornal O Globo.

O socorro médico a Proença foi uma operação intensiva, envolvendo 18 profissionais em sua cirurgia, entre eles quatro ortopedistas, quatro anestesistas, quatro cirurgiões gerais, um cirurgião vascular, dois enfermeiros e três técnicos de enfermagem. O procedimento incluiu uma transfusão de sangue devido à significativa perda de sangue causada pelos ferimentos.

É importante destacar que a principal causa de óbito em casos de sobreviventes de tiroteios é a hemorragia. O atendimento médico de emergência seguiu o protocolo de trauma ABCDE, que envolve uma série de etapas sistematizadas para triagem de pacientes em situações urgentes.

Médico sobreviveu à execução de três colegas

Dois de quatro corpos suspeitos pela execução de três médicos em um quiosque no Rio de Janeiro, encontrados pela polícia no fim da noite da última quinta-feira (5/10), foram identificados. Os corpos seriam de Philip Motta e Ryan Nunes de Almeida

Ainda na quinta, as autoridades do Rio de Janeiro fizeram um pronunciamento sobre o caso, onde concordam em resolver o crime “o quanto antes”. Os médicos serão enterrados em São Paulo e na Bahia.

A Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCERJ) segue a linha de investigação de que o médico Perseu Ribeiro Almeida teria sido confundido com o miliciano Taillon de Alcântara Pereira Barbosa, filho do Dalmir Pereira Barbosa, apontado como chefe da milícia de Rio das Pedras.

O ataque foi próximo a um quiosque na altura do Posto 4, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. As testemunhas viram um grupo sair de um carro e atirar contra os médicos.

Os profissionais de medicina mortos são especializados em ortopedia e foram identificados como Perseu Ribeiro de Almeida, 33; Marcos Andrade Corsato, 63; e Diego Ralf Bonfim, 35. Um quarto médico foi alvejado. Daniel Sonnewend Proença, 33, que está internado no Hospital Municipal Lourenço Jorge.

Corsato, que faria 63 anos na semana que vem, era diretor do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital de Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). Ele morreu na hora.

Diego Bonfim era especialista em reconstrução óssea pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina e irmão da deputada federal Sâmia Bonfim (PSol-SP).

Perseu de Almeida, que completou 33 anos na terça-feira (3/10), nasceu na Bahia e fazia especialização em São Paulo. Ele era especialista em cirurgia do pé e tornozelo também pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia da USP e morreu na hora.

Por meio de nota, a USP lamentou o ocorrido, e a Sociedade Brasileira de Ortopedia (SBOT) repudiou o crime, além de pesar pela morte dos profissionais, e ressaltou a preocupação com a escalada violenta no país.

Quem são os MÉDICOS ASSASSINADOS no RIO? Veja detalhes do caso

Tags

Autor