Servidores do Detran do Distrito Federal exigiam até R$ 6 mil para falsificar habilitações de motorista
Os servidores do Detran, responsáveis por fiscalizar o exame, auxiliavam candidatos, chegando ao ponto de realizar o teste no lugar deles

Na manhã desta quarta-feira, 11 de outubro, a 5ª Delegacia de Polícia da área central deflagrou a segunda fase da Operação Timóteo 6:10, visando o cumprimento de 17 mandados de busca e apreensão direcionados a empresas e indivíduos sob investigação por envolvimento em um esquema de fraude relacionado aos exames teóricos para a obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
Segundo informações apuradas na investigação, funcionários do Departamento de Trânsito (Detran), bem como proprietários e colaboradores de uma autoescola, teriam se unido com o intuito de manipular o exame teórico necessário para obter a CNH, garantindo a aprovação de candidatos que não teriam conseguido passar no teste de maneira legítima.
Para conseguir a aprovação, os servidores encarregados da supervisão do exame teriam prestado assistência aos candidatos durante a realização da prova. De acordo com a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), os suspeitos chegaram ao extremo de fazer a prova em nome dos candidatos.
Com a investigação, foi possível identificar que as pessoas interessadas em obter a aprovação no exame estariam dispostas a pagar quantias significativas, variando entre R$ 2 mil e R$ 6 mil, a fim de assegurar seu sucesso no processo de obtenção da CNH.
Dados fornecidos pelo Detran
A investigação revelou, com base nos dados fornecidos pelo Detran, que entre 7 de janeiro e 9 de maio deste ano, 176 candidatos conseguiram concluir o exame teórico em menos de 10 minutos. É importante notar que o tempo médio necessário para a conclusão legítima do exame é de aproximadamente 40 minutos. Dentre esses 176 candidatos, 104 conseguiram concluir o exame em menos de 1 minuto, 61 entre 1 e 2 minutos, e 11 candidatos entre 2 e 10 minutos.
A segunda fase da Operação Timóteo 6:10 incluiu buscas nas residências de três servidores do Detran, bem como de três proprietários e cinco funcionários de autoescolas. Além disso, os investigadores conduziram buscas em cinco autoescolas localizadas nas regiões de Ceilândia, Taguatinga, Samambaia, Águas Claras, Estrutural, Guará e Núcleo Bandeirante.
A operação mobilizou um total de 74 policiais de diversas unidades circunscricionais, com o apoio fundamental da Corregedoria do Detran.