INVESTIGAÇÃO

Chacina em Camaragibe: MPPE cumpre mandados de busca e apreensão sobre mortes de 2 PMs e 7 pessoas da mesma família

Seis pessoas da mesma família foram mortas em chacina depois que CAC matou dois policiais militares em Camaragibe, Região Metropolitana do Recife

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Vitória Floro

Publicado em 24/10/2023 às 8:55
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O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) realizou, nesta terça-feira (24), mandados de busca e apreensão referentes a investigação criminal envolvendo homicídios ocorridos nas cidades de Camaragibe e Paudalho, entre os dias 14 e 15 de setembro de 2023.

A operação pretende avançar com as investigações a respeito dos assassinatos que aconteceram após a morte de dois policiais militares durante confronto com suspeitos em Tabatinga, na cidade de Camaragibe, no Grande Recife.

O caso ficou conhecido como "Chacina de Camaragibe" e teve investigações autorizadas pela Justiça a pedido de promotores do MPPE que determinaram um Procedimento de Investigação Criminal instaurado para apurar os crimes ocorridos.

Em nota, o MPPE divulgou que acompanha as investigações da Polícia Civil, mas sem perder de vista sua "autonomia investigatória". 

Assim sendo e dada a complexidade dos fatos, foram requeridas medidas cautelares ao Poder Judiciário a fim de possibilitar uma compreensão mais aprofundada de como os fatos ocorreram e de quem deles, em tese, teve alguma participação. O cumprimento das ordens judiciais se deu dentro dos parâmetros constitucionais, foi coordenado por membros do Ministério Público e, pela sua dimensão, contou com o apoio da Corregedoria da Secretaria de Defesa Social, a pedido da Instituição responsável pela ação penal
Nota MPPE

As investigações da Polícia Civil estão sendo realizados pelo Grupo de Operações Especiais (GOE). Na segunda-feira (23), quatro PMs prestaram depoimento.

Relembre o caso da Chacina em Camaragibe

A sequência de assassinatos  começou durante uma ocorrência da Polícia Militar, quando os agentes responderam a uma denúncia de disparos de arma de fogo no dia 14 de setembro.

Ao chegarem no local, houve troca de tiros com o vigilante Alex da Silva Barbosa, que teria feito a jovem grávida Ana Letícia de escudo humano.

No confronto dois policiais foram mortos: Eduardo Roque Barbosa de Santana, de 33 anos, e Rodolfo José da Silva, de 38. Alex conseguiu fugir.

Ana e o primo, um adolescente de 14 anos, foram baleados e encaminhados para unidades de saúde. No último sábado (21), após ficar em coma por duas semanas e dar à luz a um bebê, Ana morreu. 

Em depoimento, o primo da jovem, que sobreviveu aos ferimentos, contou que foi agredido pelas costas e atingido com um tiro na nuca disparado pelos policiais.

Após a morte dos militares, teve início uma sequência de assassinatos de parentes de Alex na madrugada do dia 15 de setembro.

Vítima fez live no Instagram durante o próprio assassinato para tentar registrar o crime 

Três irmãos de Alex foram executados a tiros por homens encapuzados em Camaragibe. São eles Ágata Ayanne da Silva, de 30 anos, Amerson Juliano da Silva, de 25, e Apuynã Lucas da Silva, também de 25 anos.

No momento em que os homens chegaram na casa da família, Ágata pegou o celular e realizou uma  transmissão de vídeo ao vivo  por meio Instagram, com objetivo de registrar quem a identidade dos criminosos.

A transmissão não intimidou os atiradores, que executaram os três irmãos. Ágata gravou a própria morte por meio das redes sociais.

Veja o vídeo:

Por volta das 9h do mesmo dia, os corpos da mãe de Alex, Maria José Pereira da Silva, e da esposa dele, Maria Nathalia Campelo do Nascimento, 27, foram achados num canavial na cidade de Paudalho, Mata Norte do Estado.

Duas horas depois, Alex foi morto em Tabatinga. A PM alegou que houve uma abordagem e que ele teria reagido, resultando na troca de tiros.

Grávida usada como escudo humano durante troca de tiros morreu no último sábado (21)

O caso da Chacina de Camaragibe voltou a repercutir após a confirmação da morte da mulher grávida que foi feita de escudo humano e atingida como um tiro na cabeça durante a noite do dia 14 de setembro.

Ana Letícia Carias da Silva, de 19 anos, morreu nesse sábado (21), no Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip), na área central do Recife.

A jovem chegou a ficar em coma no período em que esteve no hospital. Antes de morrer, duas semanas após ter sido internada, Ana Letícia Carias deu à luz uma menina.

Citação

Assim sendo e dada a complexidade dos fatos, foram requeridas medidas cautelares ao Poder Judiciário a fim de possibilitar uma compreensão mais aprofundada de como os fatos ocorreram e de quem deles, em tese, teve alguma participaç&at

Nota MPPE

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