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Ramagem atrasou demissão de investigados por monitoramento na Abin, diz coluna

Coluna relata que Alexandre Ramagem atrasou a demissão de dois servidores da Abin exonerados na semana passada na operação contra o monitoramento ilegal de membros do judiciário e figuras públicas

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Cynara Maíra

Publicado em 25/10/2023 às 7:00 | Atualizado em 25/10/2023 às 7:17
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A operação Última Milha da Polícia Federal que ocorreu na última sexta-feira (20), garantiu a demissão de dois servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) por suposta chantagem vinculada com o caso do monitoramento ilegal de diversas pessoas públicas brasileiras. Nesse contexto, diversas informações estão sendo reveladas na última semana.

Nesta quarta-feira (25) a colunista Juliana Dal Piva, do portal Uol, revelou com exclusividade que o atual deputado federal e então diretor da Abin, Alexandre Ramagem (PL-RJ), não seguiu a sugestão da corregedoria-geral do órgão e atrasou a demissão dos dois servidores que acabaram sendo exonerados na semana passada. 

Essa operação da PF investiga a espionagem  de membros do Judiciário e figuras públicas a partir de um sistema israelense para monitorar dispositivos móveis entre 2019 e 2021, período que Alexandre Ramagem era diretor da Abin do Governo de Jair Bolsonaro (PL). 

Ex-diretor da Abin atrasou demissão de exonerados nesta semana

Segundo os dados acessados com exclusividade por Juliana Dal Piva, em 23 de abril de 2021, a corregedoria-geral da Abin julgou como culpados Rodrigo Colli e Eduardo Arthur Izycki, pessoas exoneradas na operação da última sexta, por terem feito uma licitação de uma empresa particular com o Exército. 

Essa prática de abrir licitações com empresas em que os sócios são membros da Abin é contra as regras da agência. Apesar disso e da recomendação do órgão para demissão de Colli e Izycki, os autos do processo indicam que Ramagem não demitiu os servidores e solicitou que o procedimento retornasse para adicionar mais depoimentos e provas, além de pedir a criação de uma nova comissão. 

Segundo Ramagem, antes da exoneração era necessário que a conduta dos agentes fosse individualizada no processo e que faltava mais provas sobre o conflito de interesses que tornaria a ação de ambos ilegal. 

Essa situação gera suspeitas na PF, que acredita em possível chantagem da diretoria da Abin, veja mais sobre essa questão na matéria completa do Blog de Jamildo.

Em nota ao Uol, Alexandre Ramagem confirmou sua justificativa para ter atrasado as demissões e indicou que a demissão de ambos os servidores da Abin dois anos depois foi feita "de forma técnica". 

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