A Americanas divulgou o primeiro balanço após o pedido de recuperação judicial. De acordo com o relatório, a empresa terminou 2022 com prejuízo de R$ 12,9 bilhões. O montante deficitário é 108% maior do que as perdas registradas no final de 2021, quando a Americanas registrou prejuízo de R$ 6,2 bilhões.
A receita líquida da empresa, por sua vez, foi de R$ 25,8 bilhões, um aumento de 14,6% na comparação anual.
O Ebtida (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) negativo foi de R$ 6,1 bilhões - alta de 82% sobre o Ebitda negativo de 2021, que foi de R$ 3,4 bilhões. Apresentar um Ebitda negativo significa que a empresa não consegue gerar valor suficiente para cobrir os custos por meio da sua principal atividade.
A empresa também terminou o período com um patrimônio líquido negativo de R$ 26,7 bilhões e dívida líquida real de R$ 26,3 bilhões.
Atraso na divulgação do balanço
A Americanas adiou a apresentação do balanço de 2022 por quatro vezes. O relatório era previsto para o final de março deste ano, foi levado para maio, outubro e, por fim, o dia 13 de novembro.
Na segunda-feira (13), a empresa estendeu mais uma vez o prazo, até hoje, dizendo ter sido "vítima de uma fraude sofisticada e muito bem arquitetada, o que tornou a compilação e análise de suas demonstrações financeiras históricas uma tarefa extremamente desafiadora e complexa."
O balanço estava sendo aguardado ansiosamente pelos principais credores da Americanas, os maiores bancos do país, com quem a Americanas já travou intensas brigas judiciais este ano.
Os resultados dos três primeiros trimestres de 2023 serão divulgados em 29 de dezembro.