A administração da Polícia Rodoviária Federal (PRF) envia nesta sexta-feira (15), um novo plano de formação para os policiais rodoviários federais. O material será entregue ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, que solicitou as modificações.
O foco das alterações é a garantia de uma formação que ensine inclusão, diversidade e atuação humana para os policiais rodoviários. A mudança na matriz curricular garantiu a reinserção da disciplina de Direitos Humanos e a adição de novos conteúdos relacionados com combate ao racismo população LGBTQIA+, povos originários e demais minorias sociais.
Plano de formação da PRF é modificado com foco em atuação humanizada
O G1 conseguiu ter acesso antecipado ao material do plano de formação. De acordo com informações obtidas pelo portal, as principais modificações no plano de formação da PRF incluem a reintrodução da disciplina de Direitos Humanos, anteriormente retirada durante a gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL), e a inclusão de conteúdos relacionados à diversidade e ao combate ao racismo na matriz curricular.
Essas mudanças foram implementadas em resposta a solicitações do Ministério da Justiça e Segurança Pública, liderada por Dino, após casos de abordagens violentas por parte da Polícia Rodoviária Federal, como o caso envolvendo Genivaldo Santos, que perdeu a vida aos 38 anos em 2022 após ser submetido a inalação de gás lacrimogêneo enquanto estava trancado no porta-malas de uma viatura.
O diretor-geral da PRF, Fernando Oliveira, explicou que a modificação na matriz curricular busca garantir que a formação dos agentes da organização tenha bases sólidas para evitar interferências de gestores externos no sistema de iniciação policial.
O documento também especifica a participação de órgãos externos à PRF para proteger a instituição, evitando que gestores da Polícia Rodoviária imponham suas vontades no sistema de ensino e treinamento de policiais.
Essa nova regra é uma resposta às alterações realizadas pelos diretores-gerais da PRF indicados por Bolsonaro, que, segundo a nova gestão, modificaram o sistema de formação do órgão de acordo com suas próprias preferências.
- Combate à LGBTQIA+fobia
- Criminalidade e violência
- Segurança nas vias
- Ética e direitos humanos
- Sustentabilidade, impacto ambiental, proteção ambiental e respeito à diversidade dos ecossistemas
- Prevenção e combate ao tráfico de pessoas ao trabalho escravo contemporâneo
- Proteção à criança e ao adolescente
- Combate ao racismo estrutural e promoção da diversidade
- Inclusão e acessibilidade para pessoas com deficiência, indivíduos com mobilidade reduzida e pessoas com doenças graves
- Proteção ao idoso
- Criminalização da pobreza e garantia dos direitos das pessoas em situação de rua
- Populações tradicionais e povos originais
- Valorização dos servidores e do engajamento civil
- Uso legítimo da força, sem omissão ou excessos
- Combate de violência contra a mulher e equidade de gênero